O Relatório de Desenvolvimento Mundial 2022 destaca quatro riscos econômicos urgentes decorrentes da pandemia de Covid-19 e medidas concretas que os formuladores de políticas públicas podem adotar para enfrentá-los e apoiar uma recuperação robusta e equitativa:
Aumento de empréstimos inadimplentes. Ao oferecerem mais transparência e reduzirem a parcela de empréstimos inadimplentes, as instituições financeiras podem permanecer estáveis, capitalizadas e capazes de fornecer crédito, especialmente para famílias de renda baixa e pequenas empresas.
Atrasos na resolução de empréstimos problemáticos. Procedimentos de insolvência eficazes, inclusive opções extrajudiciais, podem reduzir os custos sociais de um superendividamento generalizado, evitar a alocação equivocada de recursos para empresas "zumbis” improdutivas e limitar a necessidade de interferência governamental na resolução de dívidas. A demora em agir pode reduzir o acesso ao crédito, desencorajar o empreendedorismo e transformar a dívida privada em dívida pública, quando os governos são obrigados a fazer resgates.
Restrições no acesso ao crédito. Inovações em finanças digitais e modelos de empréstimos podem desempenhar um papel fundamental ao permitir que os credores avaliem e gerenciem de forma confiável os riscos dos mutuários, ajudando-os a manter a oferta de crédito a mutuários de renda baixa e a fortalecer sua resiliência financeira.
Níveis elevados de dívida pública. A gestão proativa e a redução da dívida pública podem liberar os recursos fiscais necessários para apoiar a recuperação. Atrasos no enfrentamento de questões relacionadas à sustentabilidade da dívida estão associados a recessões prolongadas, inflação crescente e redução dos gastos com redes de proteção social, saúde pública e educação, o que gera impactos desproporcionais para os mais pobres.