Os emigrantes africanos pagam mais para enviar dinheiro para casa
que os outros grupos emigrantes
WASHINGTON, 28 de Janeiro, 2013 – A redução dos custos da transferência de remessas dos actuais 12,4 por cento para 5 por cento, significaria mais USD 4 mil milhões no bolso dos emigrantes de África e das suas famílias, cuja sobrevivência depende dessas remessas.
Os trabalhadores africanos no estrangeiro, que enviaram perto de USD 60 mil milhões em remessas em 2012, pagam mais para enviar dinheiro para casa que qualquer outro grupo de emigrantes. De acordo com a base de dados Envie Dinheiro para África (Send Money Africa) do Banco Mundial, a África Subsariana é a região para onde é mais caro enviar dinheiro, com custos médios de remessa que atingiram os 12,4 por cento em 2012. O custo médio de enviar dinheiro para África é quase 12 por cento mais elevado que a média global de 8,96 por cento e quase o dobro de enviar dinheiro para o Sul da Ásia, que tem as taxas mais baixas do mundo (6,54 por cento).
O G8 e o G20 estabeleceram 5 por cento como meta para o custo médio das remessas, a ser atingida até 2014. “Os elevados custos de transacção estão a reduzir as remessas, que são uma tábua de salvação para milhões de africanos,” disse Gaiv Tata, Director da Região África do Banco Mundial e da Prática Global sobre a Inclusão Financeira e Infra-estrutura. “As remessas têm uma função essencial para ajudar as famílias a acorrerem às suas necessidades imediatas e também para investir no futuro, pelo que a redução dos custos das remessas terá um impacto significativo na pobreza.” Os custos mais baixos das remessas também contribuem para a inclusão financeira, pois são muitas vezes o primeiro serviço financeiro a ser aceite pelos recebedores, que assim mais facilmente aceitarão utilizar outros serviços financeiros, incluindo as contas bancárias.
O custo das remessas é ainda mais elevado entre nações africanas. A África do Sul, Tanzânia e Gana são os países de África onde o envio é mais caro, com preços, em média, de 20,7 por cento, 19,7 por cento e 19,0 por cento respectivamente, devido a vários factores, entre os quais a escassa concorrência no mercado para a realização de pagamentos transfronteiras.
“Os Governos devem implementar políticas para abrir o mercado das remessas à concorrência,” disse Massimo Cirasino, Gerente da Linha de Serviço de Infra-estrutura Financeira e de Remessas, do Banco Mundial. “Uma maior concorrência e consumidores mais bem informados podem fazer baixar os preços das remessas.”
Envie Dinheiro para África (Send Money Africa) conclui também que os bancos, que são os prestadores mais caros do serviço de remessas, são muitas vezes o único canal disponível aos emigrantes africanos. Um ambiente regulatório que encoraje a concorrência entre prestadores de serviços pode contribuir para baixar os custos. Os trabalhadores emigrantes beneficiariam também com uma informação mais transparente sobre os serviços de remessas.