PRINCIPAIS CONCLUSÕES
- A floresta amazônica é fundamental para as pessoas, as economias, a biodiversidade e o clima.
- O capital privado pode apoiar a gestão sustentável da região amazônica, inclusive por meio de mecanismos baseados no mercado e mercados de carbono.
- O título de US$ 225 milhões atrelado ao reflorestamento da Amazônia vincula investidores do mercado de capitais a projetos de reflorestamento, relacionando seu retorno financeiro a resultados positivos em termos de desenvolvimento e clima.
Investir em florestas é investir em pessoas, economias e na saúde do nosso planeta. O Banco Mundial estima que a região da floresta amazônica brasileira, por exemplo, forneça US$ 317 bilhões de dólares em valor econômico anualmente para as comunidades que ali vivem. É claro que a Amazônia também beneficia o mundo como um todo. Representando mais da metade da floresta tropical remanescente do planeta, a Floresta Amazônica é um dos maiores sumidouros de carbono do mundo; somente as regiões brasileiras fornecem um valor anual teórico de US$ 210 bilhões para o planeta.[1] Embora o desmatamento na Amazônia brasileira tenha diminuído nos últimos anos, ainda há uma necessidade urgente de restaurar as paisagens nativas. O reflorestamento cria enorme valor ao sequestrar carbono em suas árvores e solo, ao mesmo tempo em que aumenta a biodiversidade e promove o desenvolvimento socioeconômico das comunidades locais.
Instrumentos financeiros inovadores que combinam mercados de capital e mercados de carbono podem ser usados para apoiar programas de manejo florestal sustentável em larga escala, fornecendo recursos às comunidades locais para reforçar as decisões que valorizam os ecossistemas locais na sua base. Uma área crescente dos mercados de carbono são as chamadas "remoções de carbono". As remoções ocorrem quando uma tonelada de carbono é retirada da atmosfera, por exemplo por meio de reflorestamento e arborização. Os benefícios ambientais da remoção de carbono podem ser facilmente comprovados por meio do monitoramento de terras degradadas que são reflorestadas, em comparação aos créditos do desmatamento evitado, que se baseiam na proteção da terra contra o potencial de desmatamento futuro. Essa é uma das razões pelas quais as Unidades de Remoção de Carbono (“CRU”) são um ativo crescente nos mercados globais de carbono, à medida que entidades privadas as buscam para cumprir compromissos voluntários de mitigação das mudanças climáticas.
O Título de Resultado Vinculado ao Reflorestamento da Amazônia do Banco Mundial é um exemplo de uso do crescente interesse na compra de CRUs para apoiar o reflorestamento na região. O título com principal protegido de 9 anos e valor de US$ 225 milhões foi emitido pelo Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (“BIRD” ou “Banco Mundial”) com uma característica exclusiva, em que o retorno para os investidores está vinculado à emissão e monetização de CRUs.
“Esse novo título é um ganho notável para todos, pois cria uma ponte entre investidores do mercado de capital que buscam apoiar o desenvolvimento positivo e o impacto ambiental na Amazônia com projetos de reflorestamento que ajudarão a proteger um dos nossos recursos naturais mais valiosos com rica biodiversidade, benefícios climáticos e sociais”, afirmou Jorge Familiar, Vice-Presidente e Tesoureiro, Banco Mundial.
Semelhante a outros títulos baseados em resultados recentes emitidos pelo Banco Mundial, os investidores têm um retorno garantido inferior ao retorno normal pago aos investidores por emissões de títulos regulares do Banco Mundial com vencimento semelhante. Neste caso, um montante igual aos pagamentos de cupons renunciados (o diferencial entre o retorno ordinário do Banco Mundial e o retorno fixo) é usado para apoiar projetos de reflorestamento. Aproximadamente US$ 36 milhões de capital são mobilizados por meio desse título e canalizados para os projetos por intermédio do HSBC para a Mombak (desenvolvedora do projeto) sujeito ao cumprimento de certos marcos. A Mombak, empresa sediada no Brasil, especializada em projetos de reflorestamento em larga escala na Amazônia, reconstrói as florestas da Amazônia desenvolvendo projetos de remoção de carbono de alta integridade, reflorestando pastagens brasileiras degradadas com espécies de árvores nativas e biodiversas.
“Estamos felizes com essa parceria com o Banco Mundial e o HSBC no maior acordo de títulos baseados em resultados até o momento. Essa primeira transação de dívida para reflorestamento biodiverso ajudará a desbloquear mercados de capital de dívida para a indústria”, afirmou Gabriel Silva, Cofundador e CFO da Mombak.
Em troca, além de receber um retorno garantido menor, os investidores recebem valores do Banco Mundial vinculados ao valor das CRUs, se houver, geradas e vendidas por esses projetos de reflorestamento. Em um acordo separado, a Microsoft concorda em comprar essas CRUs da Mombak. O título, portanto, oferecerá aos investidores um potencial aumento em relação ao rendimento das emissões regulares de títulos do Banco Mundial com vencimento semelhante, caso os projetos tenham o desempenho esperado.
“A jornada da Microsoft para se tornar carbono negativa até 2030 envolve projetos pioneiros com parceiros como a Mombak e seu Fundo de Reflorestamento da Amazônia. Nosso trabalho de remoção de carbono com parceiros como a Mombak está abrindo caminho para novos investidores em conservação. O Título de Resultado Vinculado ao Reflorestamento da Amazônia do Banco Mundial demonstra que os acordos corporativos de compensação para a remoção de carbono são cruciais para trazer mecanismos de financiamento inovadores para projetos de remoção de carbono baseados na natureza. Desbloquear o financiamento de dívida institucional de baixo custo é essencial para o crescimento do Mercado Voluntário de Carbono (MVC). A abordagem inovadora do Banco Mundial para o financiamento da conservação na Amazônia apoia a proteção da floresta e os meios de subsistência sustentáveis, e oferece novas ferramentas para o investimento privado em iniciativas ambientais”, disse Brian Marrs, Diretor Sênior de Energia e Remoção de Carbono na Microsoft.
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[1] Pressupõe uma média de 500 toneladas de CO2/hectare e 350 milhões de hectares com um preço global de carbono de US$ 40 por tonelada de CO2. Para mais informações, acesse ‘A Balancing Act for Brazil’s Amazonian States’, World Bank 2023.