MAPUTO, 20 de Fevereiro de 2018 – Com as zonas bairros periféricos em rápida expansão e bairros de lata em contínuo crescimento, as autoridades municipais de Maputo ressentem-se da falta de capacidade suficiente para fazer face a situação, particularmente na gestão de resíduos sólidos.
Os cidadãos de Maputo identificaram a recolha de resíduos como a principal prioridade com o potencial para ter um impacto nas suas vidas, de acordo com um Inquérito aos Cidadãos por Fichas de Relatório. Uma deficiente recolha de resíduos é considerada como um risco para a saúde e uma ameaça para a vida, originando a poluição do ambiente e sendo responsável por diversas epidemias mortais como a malária, cólera, febre tifóide entre outras, que afectam de uma forma desproporcionada as pessoas mais pobres. O lixo e os resíduos também contribuem para as repetidas cheias, bloqueando as linhas de água e entupindo os sistemas de drenagem. Para tornar o desafio ainda mais complexo, os serviços ligados ao município de Maputo são prestados por 45 subfornecedores diferentes, o que leva a uma fraca coordenação e incapacidade de isolar os responsáveis e problemas de triagem.
Com o apoio do Banco Mundial, um parceiro de longa data do município de Maputo através de uma série de intervenções financiadas pela IDA, como o ProMaputo I & II, o município desenvolveu a Monitoria Participativa do Maputo (MOPA), uma plataforma digital inovadora para servir como uma interface entre os cidadão e os serviços municipais de gestão de resíduos sólidos.
A plataforma centrada no utilizador e desenvolvida localmente disponibiliza um meio para que os cidadãos comuniquem problemas relacionados com a gestão de resíduos sólidos, como resíduos despejados indevidamente ou incendiados. Por sua vez, a Câmara pode coordenar uma resposta eficaz, e o processo também gera dados valiosos para o planeamento aberto ao público, o que melhora a transparência e a responsabilização.
"Graças à MOPA, é possível identificar os pontos onde é depositado lixo não recolhido na nossa vizinhança e agir imediatamente em conformidade", disse Sebastião João, um utilizador da MOPA e residente no bairro populoso de Chamanculo nos arredores da cidade. "Isto só é possível porque as pessoas podem agora notificar a autarquia em tempo real, permitindo assim uma maior capacidade de resposta e transparência de todo o processo."