Os praticantes do candomblé têm no Parque São Bartolomeu – uma área de 155 hectares de Mata Atlântica – um local sagrado. Tanto que batizaram uma das cachoeiras de Oxum, em homenagem à bela orixá das águas doces.
“Acho que Oxum não anda nada feliz”, diz a mãe de santo Dona Vilma (nascida Maria Ventura da Silva). “Olha só essas flores de plástico; o pessoal deixa como oferenda, mas não se dá conta de que elas poluem a água e a terra.”
Dona Vilma trabalha como zeladora do parque há 35 anos. Até recentemente, também morava e comandava um terreiro de candomblé ali. Em todo esse tempo, ela assistiu à degradação ambiental do lugar. Agora, será testemunha da recuperação do São Bartolomeu.
O Banco Mundial e o governo da Bahia estão à frente do projeto Dias Melhores na região. A iniciativa tem o objetivo de preservar o parque e oferecer infraestrutura, moradia e serviços sociais sustentáveis àqueles que vivem no local e nos arredores.
O projeto deverá ser concluído no fim do ano. Até lá, terá impactado quatro bairros pobres e 201 mil pessoas – a começar pelas 1030 famílias que estão sendo reassentadas. A maior parte delas corria risco constante de perder as próprias casas devido a enchentes e deslizamentos de terra.