Quase três anos após o terremoto de janeiro de 2010, Haiti tem os números a seu favor.
As novas cifras de reconstrução dizem muito. Já foram removidos 11 milhões de metros cúbicos de escombros das ruas de Porto Príncipe, e já é possível voltar a circular pela cidade. Um milhão de haitianos deixaram os campos de refugiados, e 2 milhões de jovens em idade escolar recebem merenda grátis todos os dias.
A todas essas conquistas se soma o lema do novo governo: reconstruir o Haiti “vite et bien”, rápido e bem.
“Não tínhamos mais dinheiro para pagar o aluguel. Por isso, essa casa representa uma melhora total para nós. Nunca pensei que teria um lar tão bonito”, diz François Calvaire, 31 anos. Ao lado dos pais idosos, ele vive em uma casa recém-concluída como parte dos esforços de recuperação.
Esses esforços receberam hoje um grande impulso: a aprovação de um novo plano estratégico para reforçar a reconstrução do Haiti nos próximos dois anos.
A Nota de Estratégia Interina (ISN, na sigla em inglês) 2013-2014 oferece US$ 245 milhões para dar continuidade às recentes conquistas do país com relação a educação, saúde, moradia, agricultura e criação de empregos, entre outros elementos cruciais. A ISN do Haiti apóia os planos de desenvolvimento de longo prazo do país, fortalecendo instituições e melhorando o ambiente para investimentos privados.
“Temos observado um progresso substancial depois do terremoto, mas ainda é preciso fazer mais para acelerar a reconstrução”, disse Hasan Tuluy, vice-presidente do Banco Mundial para a região da América Latina. Ele ainda enfatizou que a instituição continuará apoiando atividades críticas nessas áreas.
“A reconstrução, os serviços básicos de saúde e a educação permanecem vitais quando se trata das necessidades urgentes da população”, comentou.
A ênfase dada pela ISN à população é primordial. Ela continuará fazendo do Haiti um lugar mais seguro – e dos haitianos um povo mais saudável e mais bem servido pelas instituições públicas.
Em síntese, a nova estratégia diminuirá a vulnerabilidade a desastres naturais; reconstruirá e reformará casas de modo a se tornarem mais resistentes; levará prevenção e tratamento do cólera para 1,5 milhões de pessoas; e, mais importante, melhorará o acesso à eletricidade para 600 mil pessoas. Além de sanar essas preocupações imediatas, a ISN também promove planos de desenvolvimento a longo prazo, incluindo o fortalecimento de instituições e o estímulo ao turismo.