No Rio de Janeiro, moradores e turistas que admiram as florestas urbanas enquanto pedalam charmosas bicicletas de aluguel talvez não façam ideia do quanto essas áreas verdes e os veículos de duas rodas podem ajudar a construir um futuro de desenvolvimento forte e sustentável para a cidade.
O potencial que ambos têm para reduzir a emissão de gases causadores de efeito estufa – e gerar créditos de carbono capazes de financiar investimentos na infra-estrutura da cidade – será medido por meio de um programa inovador lançado hoje pelo Banco Mundial e pela prefeitura da capital fluminense.
O Programa de Desenvolvimento Urbano de Baixo Carbono do Rio de Janeiro, com certificação ISO, vai monitorar o impacto causado pelas ações municipais que visem à redução dos gases causadores de efeito estufa.
Em um primeiro momento, o programa incluirá duas iniciativas: o programa de reflorestamento e manutenção florestal – que já dura 28 anos na cidade com a maior floresta urbana do mundo – e a estrutura ciclística local (que engloba um novo projeto de bicicletas para aluguel, o Bike Rio, e a expansão das ciclovias da cidade).
No futuro, o trabalho de coleta e análise dos dados sobre essas atividades será estendido a outras iniciativas locais, relacionadas à implementação de sistemas de transporte rápido por ônibus, à expansão do serviços de água e saneamento, às políticas de reciclagem e de eficiência energética em edifícios, por exemplo.
“O Programa de Desenvolvimento Urbano de Baixo Carbono do Rio de Janeiro é um passo inicial e importante rumo a uma visão holística da agenda local de sustentabilidade. Ele permitirá identificar o impacto, em termos de emissões de gases causadores de efeito estufa, dos investimentos a serem feitos na cidade nos próximos anos”, explica Sebastian Scholz, economista ambiental e especialista do Banco Mundial.
Além disso, o programa dará origem a ações capazes de inspirar outras cidades pelo mundo a criar seus próprios programas de desenvolvimento com baixo carbono, segundo Rodrigo Rosa, assessor especial do prefeito do Rio, Eduardo Paes. “É uma ideia que pode ser copiada à vontade, não tem copyright”, defende.