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COMUNICADO À IMPRENSA25 de abril de 2023

Políticas de migração aprimoradas podem impulsionar a prosperidade em todos os países

A competição por trabalhadores aumenta à medida que as populações envelhecem nos países ricos e de renda média.

WASHINGTON, 25 de abril de 2023. As populações do mundo todo estão envelhecendo num ritmo sem precedentes, o que faz com que muitos países se tornem cada vez mais dependentes da migração para que possam atingir seu potencial de crescimento no longo prazo, segundo afirma um novo relatório do Banco Mundial. 

O Relatório de Desenvolvimento Mundial 2023: Migrantes, Refugiados e Sociedades identifica essa tendência como uma oportunidade única para fazer com que a migração gere mais benefícios para as economias e as pessoas. As populações dos países ricos e de um número cada vez maior de países de renda média — tradicionalmente grandes fontes de migrantes — continuam a diminuir, o que intensifica a competição global por trabalhadores e talentos. Paralelamente a isso, a expectativa é que a maioria dos países de renda baixa observe um rápido crescimento populacional, o que aumentaria a pressão para que gerem mais empregos para os jovens.

“A migração pode ser uma força poderosa para gerar prosperidade e desenvolvimento”, disse o diretor-geral sênior do Grupo Banco Mundial, Axel van Trotsenburg. “Se for bem administrada, ela pode gerar benefícios para todas as pessoas, tanto nas sociedades de origem quanto nas de destino.”

Nas próximas décadas, o número de adultos em idade produtiva cairá drasticamente em muitos países. A Espanha, com uma população de 47 milhões, deve encolher em mais de um terço até 2100, com as pessoas acima de 65 anos passando a representar de 20% a 39% da população. Países como México, Tailândia, Tunísia e Turquia podem, em breve, ter de atrair mais trabalhadores estrangeiros porque sua população não está mais crescendo. 

Além dessas mudanças demográficas, as forças que impulsionam a migração também estão mudando, o que torna os movimentos transfronteiriços mais diversificados e complexos. Atualmente, os países de destino e origem abrangem todos os níveis de renda, com muitos países como México, Nigéria e Reino Unido fazendo parte dos dois grupos. O número de refugiados quase triplicou na última década, e as mudanças climáticas ameaçam impulsionar ainda mais os movimentos migratórios. Até agora, a maioria das migrações climáticas ocorreu dentro das fronteiras dos países. Contudo, 3,5 bilhões de pessoas — cerca de 40% da população mundial — vivem atualmente em locais altamente expostos a impactos climáticos. 

As abordagens atuais não apenas deixam de maximizar o potencial de benefícios de desenvolvimento gerados pela migração, mas também geram grande sofrimento para as pessoas que se deslocam em situações de crise. Cerca de 2,5% da população mundial — 184 milhões de pessoas, inclusive 37 milhões de refugiados — vivem fora de seus países de origem. A maior parte — 43% — encontra-se em países em desenvolvimento.

O relatório destaca a urgência de melhorarmos a gestão da migração. O objetivo dos formuladores de políticas públicas deve ser aumentar a adequação entre as qualificações dos migrantes e a demanda nas sociedades de destino, protegendo os refugiados e reduzindo a necessidade de movimentos em crise. O relatório propõe um marco para ajudar os formuladores de políticas públicas nessa tarefa. 

“Este Relatório de Desenvolvimento Mundial propõe um marco simples, mas poderoso, para auxiliar a formulação de políticas de migração e refúgio”, afirma Indermit Gill, economista-chefe do Grupo Banco Mundial e vice-presidente sênior de Desenvolvimento Econômico. “Ele nos informa quando tais políticas podem ser feitas unilateralmente pelos países de destino; quando são mais bem desenvolvidas plurilateralmente por países de destino, trânsito e origem; e quando devem ser consideradas uma responsabilidade multilateral.”

Os países de origem devem explicitamente incluir a migração laboral em suas estratégias de desenvolvimento. Eles devem reduzir os custos de remessas financeiras, facilitar transferências de conhecimentos de sua diáspora, desenvolver qualificações que estejam em alta demanda global para que seus cidadãos possam obter melhores empregos se migrarem, mitigar os efeitos adversos da “fuga de cérebros”, proteger seus cidadãos no exterior e apoiá-los no retorno ao país.

Os países de destino devem encorajar a migração nos casos em que as qualificações dos migrantes tenham alta demanda, facilitar sua inclusão e buscar soluções para os impactos sociais que possam gerar preocupações entre seus cidadãos. Eles devem permitir que os refugiados se mudem, consigam empregos e acessem serviços nacionais onde quer que esses estejam disponíveis.

A cooperação internacional é essencial para transformar a migração numa grande força motriz para o desenvolvimento. A cooperação bilateral pode fortalecer a adequação dos migrantes às necessidades dos países de destino. Esforços multilaterais são necessários para compartilhar os custos de acolhimento de refugiados e lidar com a migração em crise. É necessário dar voz aos grupos sub-representados no debate sobre migração, inclusive os países em desenvolvimento, o setor privado e outras partes interessadas, bem como os próprios migrantes e refugiados. 

COMUNICADO À IMPRENSA Nº 2023/069/DEC

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