Skip to Main Navigation
COMUNICADO À IMPRENSA29 de junho de 2022

A Covid-19 impulsiona um aumento global no uso de pagamentos digitais

Três quartos dos adultos têm agora uma conta bancária ou de dinheiro móvel; a lacuna de gênero na titularidade da conta diminui

WASHINGTON, 29 de junho de 2022 —A pandemia de Covid-19 estimulou a inclusão financeira e impulsionou um grande aumento nos pagamentos digitais em meio à expansão global dos serviços financeiros formais. Essa expansão criou novas oportunidades econômicas, diminuiu a lacuna de gênero na titularidade de contas e criou resiliência no âmbito familiar para gerenciar melhor os choques financeiros, de acordo com a base de dados Global Findex 2021.

Desde 2021, 76% dos adultos em todo o mundo têm conta em um banco, uma instituição financeira ou um provedor de dinheiro móvel, acima dos 68% em 2017 e 51% em 2011. É importante ressaltar que o aumento na titularidade de contas aconteceu de maneira uniforme em muitos outros países. Embora as pesquisas do Findex na última década tenham constatado que grande parte do aumento estava concentrado na Índia e na China, a pesquisa deste ano revelou que o percentual de titularidade de contas aumentou em dois dígitos em 34 países desde 2017.

A pandemia também levou a um aumento no uso de pagamentos digitais. Na economias de baixa e média renda (excluindo a China), mais de 40% dos adultos que fizeram pagamento online ou em estabelecimentos comerciais usando cartão, telefone ou internet, o fizeram pela primeira vez desde o início da pandemia. O mesmo aconteceu com mais de um terço dos adultos em todas as economias de baixa e média renda que pagaram contas de concessionárias públicas diretamente a partir de uma conta formal. Na Índia, mais de 80 milhões de adultos fizeram seu primeiro pagamento digital a um estabelecimento comercial após o início da pandemia, enquanto na China mais de 100 milhões de adultos o fizeram.

Dois terços dos adultos em todo o mundo agora fazem ou recebem pagamentos digitais, e a participação nas economias em desenvolvimento cresceu de 35% em 2014 para 57% em 2021. Nas economias em desenvolvimento, 71% têm conta em um banco, uma instituição financeira ou um provedor de dinheiro móvel, comparado a 63% em 2017 e 42% em 2011. As contas de dinheiro móvel levaram a um enorme aumento na inclusão financeira na África Subsaariana.

“A revolução digital catalisou aumentos no acesso e uso de serviços financeiros em todo o mundo, transformando a maneira como as pessoas fazem e recebem pagamentos, pedem empréstimo e poupam”, disse o presidente do Grupo Banco Mundial, David Malpass. “Criar um ambiente favorável às políticas públicas, promover a digitalização de pagamentos e ampliar ainda mais o acesso a contas formais e serviços financeiros entre mulheres e pobres são algumas das prioridades das políticas públicas para mitigar as reversões ao desenvolvimento resultantes das atuais crises simultâneas.”

Pela primeira vez desde o início da base de dados Global Findex em 2011, a pesquisa constatou que a lacuna de gênero na titularidade de contas diminuiu, o que ajudou as mulheres a ter mais privacidade, segurança e controle sobre seu dinheiro. A lacuna diminuiu de 7 para 4 pontos percentuais globalmente e de 9 para 6 pontos percentuais nos países de baixa e média renda desde a última pesquisa em 2017.

Cerca de 36% dos adultos nas economias em desenvolvimento passaram a receber salário ou pagamento do governo, pagamento pela venda de produtos agrícolas ou transferência doméstica para uma conta. Os dados sugerem que ao receber um pagamento em conta ao invés de receber dinheiro em espécie pode impulsionar o uso do sistema financeiro formal – ao receber pagamentos digitais, 83% das pessoas usaram suas contas para fazer pagamentos digitais também. Quase dois terços usaram suas contas para gerenciar seu dinheiro, enquanto cerca de 40% a usaram para poupar, o que expandiu ainda mais o ecossistema financeiro.

Apesar dos avanços, muitos adultos em todo o mundo ainda carecem de uma forma confiável de obtenção de dinheiro para emergências. Apenas cerca de metade dos adultos em economias de baixa e média renda disseram que poderiam ter acesso a algum dinheiro extra para emergências com pouca ou nenhuma dificuldade. Tais pessoas costumam buscar fontes de financiamento não confiáveis, incluindo família e amigos. 

“O mundo tem uma grande oportunidade de criar uma economia mais inclusiva e resiliente e oferecer para bilhões de pessoas uma porta de entrada para a prosperidade,” disse Bill Gates, copresidente da Fundação Bill e Melinda Gates, um dos apoiadores da base de dados Global Findex. “Ao investir em infraestrutura pública e tecnologias digitais para pagamentos e sistemas de identificação, e atualizar seus regulamentos financeiros para promover a inovação e proteger os consumidores, os governos podem aproveitar os avanços relatados no Findex e expandir o acesso a serviços financeiros para todos os que precisam deles.”

Na África Subsaariana, por exemplo, a falta de um documento de identidade continua sendo uma barreira importante para a abertura de contas de dinheiro móvel para 30% dos adultos sem conta bancária, o que sugere uma oportunidade para investir em sistemas de identificação acessíveis e confiáveis. Mais de 80 milhões de adultos sem conta bancária ainda recebem pagamentos do governo em dinheiro; digitalizar alguns desses pagamentos pode ser mais barato e reduzir a corrupção. Aumentar a titularidade e o uso da conta exigirá confiança nos provedores de serviços financeiros, confiança no uso de produtos financeiros, design de produto personalizado e uma estrutura reforçada de proteção ao consumidor.

A base de dados Global Findex que, ao longo de 2021, pesquisou a forma como pessoas em 123 economias usam serviços financeiros, é elaborada pelo Banco Mundial a cada três anos em colaboração com a Gallup, Inc.

Visões gerais regionais:

Visão geral regional do Global Findex 2021

Leste da Ásia e Pacífico (EAP, na sigla em inglês)

No Leste da Ásia e Pacífico, a inclusão financeira é uma história dividida em duas partes sobre o que está acontecendo na China em relação ao que acontece em outras economias da região. Na China, 89% dos adultos têm uma conta e 82% deles a usaram para fazer pagamentos digitais em estabelecimentos comerciais. No restante da região, 59% dos adultos têm uma conta e 23% deles fizeram pagamentos digitais em estabelecimentos comerciais – dentre esses, 54% o fizeram pela primeira vez após o início da pandemia de Covid-19. Aumentos de dois dígitos na titularidade de contas foram alcançados no Camboja, Mianmar, Filipinas e Tailândia e, embora a lacuna de gênero em toda a região permaneça baixa, em 3 pontos percentuais, a diferença entre adultos pobres e ricos é de 10 pontos percentuais.

Europa e Ásia Central (ECA, na sigla em inglês)

Na Europa e na Ásia Central, a titularidade de contas aumentou 13 pontos percentuais desde 2017, tendo atingido 78% dos adultos. O uso de pagamentos digitais é robusto, pois cerca de três quartos dos adultos usaram uma conta para fazer ou receber um pagamento digital. A Covid-19 impulsionou ainda mais o uso para os 10% dos adultos que fizeram um pagamento digital em um estabelecimento comercial pela primeira vez durante a pandemia. A tecnologia digital pode aumentar ainda mais o uso de contas para os 80 milhões de adultos com contas bancárias que continuam a fazer pagamentos em dinheiro nos estabelecimentos comerciais, incluindo 20 milhões na Rússia e 19 milhões na Turquia, as duas maiores economias da região. 

América Latina e Caribe (LAC, na sigla em inglês)

América Latina e o Caribe registraram um aumento de 18 pontos percentuais na titularidade de contas desde 2017, o maior de qualquer região do mundo em desenvolvimento, e 73% dos adultos têm uma conta atualmente. Os pagamentos digitais desempenham um papel fundamental, pois 40% dos adultos fizeram pagamentos digitais em um estabelecimento comercial, incluindo 14% dos adultos que o fizeram pela primeira vez durante a pandemia. Além disso, a Covid-19 impulsionou a adoção digital para 15% dos adultos que pela primeira vez usaram suas contas para pagar pelos serviços de concessionárias públicas durante a pandemia – mais que o dobro da média dos países em desenvolvimento. As oportunidades para o uso ainda maior de pagamentos digitais existem, uma vez que 150 milhões de adultos com conta bancária fizeram pagamentos em estabelecimentos comerciais apenas em dinheiro, incluindo mais de 50 milhões no Brasil e 16 milhões na Colômbia.

Oriente Médio e Norte da África (MENA, na sigla em inglês)

A região do Oriente Médio e Norte da África registrou avanços na redução da lacuna de gênero na titularidade de contas de 17 pontos percentuais em 2017 para 13 pontos percentuais – 42% das mulheres agora têm uma conta em comparação com 54% dos homens. Oportunidades não faltam para aumentar a titularidade de contas de forma mais ampla ao digitalizar os pagamentos atualmente feitos em dinheiro, incluindo aqueles para produtos agrícolas e salários do setor privado (cerca de 20 milhões de adultos sem conta bancária na região receberam salários do setor privado em dinheiro, incluindo 10 milhões na República Árabe do Egito). Fazer com que as pessoas passem a ter modos formais de poupança é outra oportunidade, uma vez que cerca de 14 milhões de adultos sem conta bancária na região – incluindo 7 milhões de mulheres – usaram métodos semiformais de poupança.

Sul da Ásia (SA, na sigla em inglês)

No Sul da Ásia, 68% dos adultos têm uma conta, uma proporção que se mantém desde 2017, embora haja uma grande variação na região. Na Índia e no Sri Lanka, por exemplo, 78% e 89% dos adultos, respectivamente, têm conta. O uso da conta cresceu, no entanto, impulsionado pelos pagamentos digitais, já que 34% dos adultos usaram suas contas para fazer ou receber pagamentos, acima dos 28% em 2017. Os pagamentos digitais apresentam uma oportunidade de aumentar tanto a titularidade quanto o uso da conta, dada o uso dominante do dinheiro em espécie — mesmo entre os titulares de contas — para fazer pagamentos em estabelecimentos comerciais.

África Subsaariana (SSA, na sigla em inglês)

Na África Subsaariana, a adoção de dinheiro móvel continuou a aumentar, e 33% dos adultos agora têm uma conta de dinheiro móvel – uma proporção três vezes maior do que a média global de 10%. Embora os serviços de dinheiro móvel tenham sido originalmente projetados para permitir que as pessoas enviassem dinheiro para amigos e familiares em outros lugares do país, a adoção e o uso se espalharam além dessas origens, e 3 em cada 4 titulares de contas móveis em 2021 fizeram ou receberam pelo menos um pagamento não relacionado a transferências entre pessoas e 15% dos adultos usaram suas contas de dinheiro móvel para fazer poupança. As oportunidades para aumentar a titularidade de contas na região incluem a digitalização de pagamentos em dinheiro para os 65 milhões de adultos sem conta bancária que recebem pagamentos por produtos agrícolas e a expansão da propriedade de telefones celulares, já que a falta de um telefone é citada como um impedimento para a adoção de contas de dinheiro móvel. Os adultos da região se preocupam mais em pagar as mensalidades escolares do que os adultos de outras regiões, o que sugere oportunidades para políticas públicas ou produtos que possibilitem a poupança para a educação.

COMUNICADO À IMPRENSA Nº 2022/073/DEC

Contatos

In Washington
Shane Romig
For Broadcast Requests
David W. Young
(202) 473-4691

Blogs

    loader image

Novidades

    loader image