WASHINGTON, 14 de Dezembro de 2021 — O Banco Mundial aprovou hoje uma subvenção de USD 300 milhões da Associação Internacional para o Desenvolvimento (IDA)* que irá apoiar os esforços do Governo de Moçambique destinados a ampliar o acesso à energia e aos serviços de banda larga, bem como a reforçar o desempenho operacional da companhia de electricidade do país.
“A economia de Moçambique pode beneficiar do aproveitamento sistemático das sinergias da energia e da conectividade digital nas áreas rurais e frágeis para aumentar a produtividade económica, promover o crescimento inclusivo e criar resiliência de um modo sustentável”, observou Idah Z. Pswarayi-Riddihough, Directora do Banco Mundial para Moçambique, Madagáscar, Comores, Maurícias e Seychelles.
O acesso à energia permanece baixo em Moçambique com significativas disparidades rurais/urbanas. A taxa de acesso à electricidade rural está estimada em cerca de 8%, face a 72% nas áreas urbanas. Apenas 4% da população de Moçambique tem acesso a soluções de energia limpa para cozinhar. Da mesma forma, o acesso aos serviços de telecomunicações também é limitado, com apenas 30% da população a utilizar a Internet.
“Iremos centrar-nos no fornecimento de energia aos pobres, aos deslocados pelos conflitos e aos serviços sociais críticos, tais como escolas e hospitais, onde a participação do sector privado é limitada. Este financiamento irá também ajudar as empresas locais a corrigir as lacunas de mercado e de capacidade e a crescer como parceiros fiáveis no fornecimento de energia e de serviços de comunicações”, afirmou Samuel Oguah, Especialista Sénior em Energia e Co-líder da Equipa de Trabalho do Projecto.
O financiamento do projecto será utilizado para expandir a electrificação da rede rural e periurbana a mais de 3% da população nacional (1,1 milhão de beneficiários); aumentar o acesso à electricidade fora da rede e a soluções de energia limpa para cozinhar mediante uma maior disponibilidade e preços mais acessíveis, com especial enfoque nas áreas mal servidas das províncias do norte; e expandir o acesso à banda larga a pelo menos 580 000 pessoas, apoiando assim os esforços destinados a aumentar a prestação de serviços e colmatar a fractura digital. Uma parte dos fundos será também utilizada para melhorar o desempenho operacional da companhia de electricidade. O projecto alavanca investimentos do sector privado e tem por base as intervenções dos padrões de desenvolvimento, em particular em soluções de energia limpa.
“Uma outra área de incidência é o uso produtivo da electricidade, sobretudo na agricultura” sublinhou Claudio Buque, Especialista Sénior em Energia e Co-líder da Equipa de Trabalho do Projecto. “Ao investir em soluções de energia limpa para cozinhar, estaremos a contribuir para a redução dos riscos de saúde das mulheres e crianças, em especial dos associados à cozinha tradicional”.
“O acesso à energia e às tecnologias de informação e comunicação (TIC) andam cada vez mais de mãos dadas – a electricidade é necessária para alimentar redes e dispositivos digitais, enquanto as comunicações e pagamentos móveis podem desencadear novos modelos de negócios para utilização de sistemas de energia solar domésticos de baixo custo”, acrescentou Casey Torgusson, Especialista Sénior em Desenvolvimento Digital e Co-Líder da Equipa de Trabalho do Projecto. “Ao adoptar uma abordagem coordenada na utilização de energia d TIC, este projecto tem um potencial significativo para aumentar o acesso à energia e aos serviços de banda larga nas zonas rurais, criando uma maior conexão social e económica e mais oportunidades que, caso contrário, estariam isoladas”.
Este projecto é co-financiado pela Suécia e Noruega através do Fundo Fiduciário Energia para Todos de Doadores Múltiplos com um montante adicional equivalente a USD 38 milhões e o Fundo ESMAP para Energia Limpa para Cozinhar no montante de USD 5 milhões. O projecto contribuirá ainda para a consecução da Estratégia Nacional de Electrificação do governo, que visa fornecer electricidade a toda a população de Moçambique até 2030. Esta operação está em linha com o Quadro de Parceria do Grupo Banco Mundial (CPF) com Moçambique para o período fiscal de 2017-2021, em particular no seu foco no crescimento inclusivo e no desenvolvimento do sector privado.
* A Associação Internacional para o Desenvolvimento (IDA) do Banco Mundial, criada em 1960, ajuda os países mais pobres do mundo, mediante a concessão de subvenções e empréstimos sem juros ou com juros baixos, para projectos e programas que fomentem o crescimento económico, reduzam a pobreza e melhorem a vida das populações. A IDA é uma das maiores fontes de assistência dos 74 países mais pobres do mundo, 39 dos quais estão em África. Os recursos da IDA trazem mudanças positivas para os 1 300 milhões de pessoas que vicem nos países da IDA. Desde 1960, a IDA concedeu USD 458 000 milhões a 114 países. Os compromissos anuais foram, em média, da ordem dos USD 29 000 milhões ao longo dos últimos três anos (AF19-AF21), destinando-se a África cerca de 70% deste valor. Saiba mais online em: IDA.worldbank.org. #IDAworks