WASHINGTON, 8 de Dezembro de 2021 - O Banco Mundial aprovou hoje um crédito, da Associação Internacional de Desenvolvimento, no montante de 3,5 milhões de dólares e um empréstimo, do Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento, no montante de 3,5 milhões de dólares, para a “Renewable Energy and Improved Utility Performance Project” (REIUP) para Cabo Verde. O projecto será co-financiado pelo “Canada Clean Energy and Forest Climate Facility” (CCEFCF), disponibilizando $7,5 milhões (dos quais $0,5 como subvenção e $7 milhões como empréstimo) e subvencionando $2 milhões, através do Mecanismo Global para as Infra-estruturas. .
Apesar dos notáveis progressos na expansão do acesso à energia e na redução da intensidade energética nos últimos 10 anos, o sector da energia em Cabo Verde enfrenta desafios que podem minar a sua capacidade de servir de motor de recuperação económica após a pandemia da COVID-19. Neste contexto, o projecto destina-se a ajudar a aumentar a capacidade de produção de energia renovável de Cabo Verde e a reduzir as perdas do sistema de energia, proporcionando, em última análise, serviços de electricidade mais sustentáveis e acessíveis à população e contribuindo para reduzir as emissões de CO2. O REIUP também inclui investimentos para assegurar uma utilização mais eficiente da energia e um fornecimento contínuo de energia aos edifícios de saúde pública, bem como investimentos para apoiar intervenções destinadas a reduzir o fosso entre géneros no emprego e no desenvolvimento de competências no sector da energia. Finalmente, o projecto irá apoiar o objectivo do Governo de Cabo Verde de mobilizar capital privado e público para investimentos no sector energético, aumentando a capacidade das partes interessadas e apoiando a reestruturação e privatização da empresa de electricidade Electra.
Em termos de resultados esperados, o REIUP irá: (a) aumentar a capacidade de produção de energia renovável em 3,9 MW, com a construção de centrais solares fotovoltaicas (PV) de pequena escala, bem como centrais solares fotovoltaicas distribuídas; (b) reduzir as perdas do sistema eléctrico de 26% para 18%, com a privatização da empresa de electricidade ELECTRA; e (c) reduzir as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) numa estimativa equivalente a 9.000 tCO2 por ano. O projecto irá gerar grandes benefícios para a população e para a economia de Cabo Verde, em particular: (a) os clientes da ELECTRA em todo o país beneficiarão de serviços de electricidade limpa, fiável e acessível; (b) os centros de saúde funcionarão de forma mais eficiente, devido ao fornecimento de energia a partir de sistemas solares fotovoltaicos de telhado e de instalações de eficiência energética; (c) o desinvestimento na empresa nacional de electricidade reduzirá a dívida pública, passivos contingentes e riscos fiscais enfrentados pelo Governo de Cabo Verde; e (d) a implantação de tecnologias solares fotovoltaicas criará novos empregos no mercado das energias renováveis, incluindo para as mulheres, cujo acesso a oportunidades de emprego será apoiado através de um programa de desenvolvimento de competências específicas.
"O Banco Mundial tem o prazer de apoiar este projecto, uma vez que irá reduzir a vulnerabilidade de Cabo Verde face à volatilidade dos preços dos combustíveis fósseis importados e preparar o caminho para uma redução dos preços da electricidade, tornando o país mais competitivo e aumentando o rendimento disponível das famílias no actual contexto de recuperação económica pós-COVID-19" disse Eneida Fernandes, Representante Residente para Cabo Verde.
"O projecto basear-se-á nos recentes esforços do Banco Mundial para apoiar o Governo de Cabo Verde na privatização da empresa de electricidade ELECTRA. Um primeiro passo foi dado com a promulgação do Decreto-Lei de Reforma do Sector Eléctrico, apoiado pelo Primeiro Financiamento da Política de Desenvolvimento Equitativo e de Recuperação Sustentável de Cabo Verde. O projecto irá também complementar os esforços de outros doadores activos no sector energético cabo-verdiano, no sentido da implementação efectiva do Plano Director do Sector Eléctrico do país para 2018-2030", disse Kwawu Mensan Gaba, Gestor Global de Práticas Energéticas para a África Ocidental e Central do Banco Mundial.