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COMUNICADO À IMPRENSA 21 de outubro de 2021

A Alta dos Preços da Energia Gera Riscos de Inflação à Medida que as Restrições de Oferta Persistem

Os preços mais altos também impactam a segurança alimentar em alguns países

WASHINGTON, 21 de outubro de 2021 – Os preços da energia dispararam no terceiro trimestre de 2021 e devem permanecer elevados em 2022, contribuindo para pressões inflacionárias globais e potencialmente mudando o crescimento econômico dos países importadores de energia para os exportadores de energia.

As mais recentes Perspectivas dos Mercados de Commodities do Banco Mundial indicam que os preços da energia – cuja previsão é de média de aumento de 80% em 2021 em comparação ao ano passado - permanecerão altos em 2022, mas começarão a sofrer um declínio no segundo semestre do ano conforme as restrições de oferta diminuam. A projeção é que os preços não relacionados à energia, incluindo agricultura e metais, tenham uma redução em 2022, após fortes ganhos este ano.

“O aumento nos preços de energia apresenta riscos significativos de curto prazo para a inflação global e, se mantido, também poderá pesar no crescimento nos países importadores de energia”, disse Ayhan Kose, Economista-Chefe e Diretor do Grupo de Prospectos do Banco Mundial, que produz o Relatório de Perspectivas. “A forte recuperação dos preços das commodities está se revelando mais pronunciada do que o previsto. A recente volatilidade dos preços pode complicar as escolhas de políticas à medida que os países se recuperam da recessão global do ano passado.”

Em 2021, alguns preços de commodities subiram ou ultrapassaram níveis jamais vistos desde o pico de 2011. Por exemplo, os preços do gás natural e do carvão atingiram níveis recordes em meio a restrições de oferta e recuperação da demanda por eletricidade, embora devam sofrer um declínio em 2022 com a redução da demanda e o aumento da oferta. No entanto, pode haver picos de preços adicionais no curto prazo em meio a estoques baixíssimos e persistentes gargalos no fornecimento.

Espera-se que os preços do petróleo bruto (uma média de Brent, WTI e Dubai) atinjam a média de US$70 em 2021, um aumento de 70 por cento. A estimativa é que o barril chegue a US$74 em 2022, conforme a demanda por petróleo aumenta e atinge níveis pré-pandemia. O uso de petróleo bruto como substituto do gás natural apresenta um grande risco de alta para as perspectivas de demanda, embora os preços mais altos de energia possam começar a pesar no crescimento global.

Com a desaceleração do crescimento global diminui e a solução das interrupções no fornecimento, a previsão é que os preços dos metais tenham queda de 5 por cento em 2022, após um aumento estimado de 48 por cento em 2021. Após um aumento projetado de 22 por cento em 2021, os preços de produtos agrícolas devem cair de forma modesta no próximo ano com a melhora nas condições de abastecimento e a estabilização dos preços da energia.

“Os altos preços do gás natural e do carvão estão impactando a produção de outras commodities e representam um risco de alta para as projeções dos preços”, disse John Baffes, Economista Sênior do Grupo de Prospectos do Banco Mundial. “A produção de fertilizantes foi reduzida pelos preços mais altos do gás natural e do carvão, e os preços mais altos dos fertilizantes elevaram os custos dos insumos para as principais safras de alimentos. A produção de alguns metais, como o alumínio e o zinco, também foi reduzida devido aos altos custos de energia.”

De forma mais ampla, os eventos deste ano destacaram como as mudanças nos padrões meteorológicos devido às mudanças climáticas representam um risco crescente para os mercados de energia, afetando tanto a oferta quanto a demanda. Do ponto de vista de transição energética, as preocupações sobre a natureza intermitente da energia renovável destacam a necessidade de uma carga básica confiável e de uma forma alternativa de geração de energia. No entanto, cada vez mais, isso precisará advir de fontes de baixo carbono, como energia hidrelétrica ou nuclear, ou de novos métodos de armazenamento de energia renovável. Ao mesmo tempo, o aumento dos preços do gás natural e do carvão este ano tornou a energia solar e eólica ainda mais competitiva como fonte alternativa de energia. Os países podem se beneficiar usando fontes de energia renovável e reduzindo sua dependência dos combustíveis fósseis.

O relatório observa que as previsões estão sujeitas a riscos substanciais – incluindo condições climáticas desfavoráveis, recuperação desigual da Covid-19, ameaça de mais surtos, interrupções na cadeia de suprimentos e políticas ambientais. Além disso, os preços mais altos dos alimentos, junto com o recente aumento nos custos de energia, estão elevando a inflação dos preços dos alimentos e aumentando as preocupações com a segurança alimentar em várias economias em desenvolvimento.

Foco Especial: Urbanização e Demanda por Commodities

À medida que a mudança global da vida rural para a urbana continua, a seção Foco Especial do relatório explora o impacto da urbanização na demanda por commodities. Embora as cidades sejam frequentemente associadas ao aumento da demanda por commodities de energia (e, portanto, às emissões de gases do efeito estufa), o relatório conclui que as cidades de alta densidade populacional, especialmente nas economias avançadas, podem ter uma demanda de energia per capita menor do que as cidades de baixa densidade populacional. Como a proporção de pessoas que vivem em áreas urbanas deve continuar a crescer, esses resultados destacam a necessidade de um planejamento urbano que maximize os elementos benéficos das cidades e possam mitigar seus impactos negativos. As cidades estão na vanguarda das mudanças climáticas, e o planejamento estratégico, especialmente o relacionado ao transporte, pode ajudar a reduzir o consumo de recursos e, principalmente, as emissões de gases do efeito estufa.

Baixe o relatório

Resposta do Grupo Banco Mundial à COVID-19

Desde o início da pandemia da Covid-19, o Grupo Banco Mundial já alocou mais de US$157 bilhões para combater os impactos sanitários, sociais e econômicos causados pela pandemia, sendo essa a resposta mais rápida e mais ampla a uma crise em sua história. O financiamento vem ajudando mais de 100 países a fortalecer os seus sistemas de preparação para pandemias, proteger os pobres e os empregos, e dar início a uma recuperação favorável ao clima. O Banco também está dando apoio a mais de 50 países de baixa e média renda com a compra e distribuição de vacinas contra a Covid-19 e disponibilizará US$20 bilhões em financiamento para essa finalidade até o final de 2022.


COMUNICADO À IMPRENSA Nº 2022/19/EFI

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