A maioria das demais commodities recuperaram as perdas depois da pandemia; devem estabilizar no próximo ano
WASHINGTON, 22 de outubro de 2020 – Embora as commodities agrícolas e metálicas tenham recuperado suas perdas provenientes da pandemia de COVID-19 e devam registrar ganhos modestos em 2021, os preços de energia deverão estabilizar abaixo dos níveis pré-pandemia no próximo ano, apesar de terem alguma recuperação, afirma o Banco Mundial.
Os preços do petróleo caíram drasticamente no início da pandemia de COVID-19 e recuperaram apenas parcialmente os níveis de preço pré-pandemia, ao passo que os preços dos produtos metálicos tiveram redução relativamente modesta e já voltaram aos níveis de antes do choque, segundo o relatório semianual Commodity Markets Outlook. Os preços dos produtos agrícolas praticamente não foram afetados pela pandemia, mas o número de pessoas em risco de insegurança alimentar aumentou como resultado dos efeitos mais amplos da recessão global.
“O impacto de COVID-19 nas commodities têm sido irregular e poderia ter efeitos duradouros para os mercados de energia”, afirma Ayhan Kose, Vice-Presidente em exercício para Crescimento Equitativo, Finanças e Instituições do Grupo Banco Mundial e Diretor do Prospects Group. “Quando o declínio dos preços das commodities são de curta duração, o estímulo de políticas pode amortecer o seu impacto. No entanto, quando os preços permanecem deprimidos por um período prolongado, as autoridades precisam encontrar soluções para que suas economias possam se ajustar facilmente a um novo “normal”. Devido à COVID-19, o novo normal para as economias exportadoras de petróleo e em desenvolvimento chegou mais cedo. No mundo pós-COVID, esses países precisam ser mais agressivos na implementação de políticas a fim de reduzir sua dependência das receitas provenientes do petróleo”.
A expectativa é que os preços de petróleo atinjam a média de US$ 44 por barril em 2021, mais alto em comparação ao valor estimado de US$ 41 por barril em 2020. A demanda deverá aumentar apenas lentamente, tendo em vista que o turismo e as viagens continuam a ser inibidos pelas preocupações de saúde e que a atividade econômica mundial somente deverá chegar aos níveis de antes da pandemia depois do próximo ano. A restrição da oferta deverá ser amenizada de forma constante. Os preços de energia em geral — que incluem também o gás natural e o carvão mineral — devem se recuperar consideravelmente em 2021, depois de grandes declínios em 2020, uma revisão para cima em relação à previsão de abril. A reemergência de uma segunda onda da pandemia, que resulte em mais confinamentos (lockdowns) e menos consumo, poderia levar a preços de energia mais baixos do que o previsto.
A previsão é que os preços de produtos metálicos registrem aumentos modestos em 2021, depois de declinarem em 2020, sustentados pela retomada em andamento da economia global e do estímulo contínuo da China. Um período prolongado de crescimento global fraco poderia levar a preços mais baixos do que o esperado.
Os preços de produtos agrícolas devem subir ligeiramente em 2021, seguindo-se a um aumento estimado de 3% em 2020, devido a algumas dificuldades na produção de óleo comestível. Preocupações com a segurança alimentar continuam relevantes em várias economias de mercado emergente e em desenvolvimento. Essas preocupações são motivadas pelos impactos da recessão global sobre a renda, gargalhos na disponibilidade de alimentos no nível local e restrições mais amplas que prejudicaram a oferta de trabalho. A inflação nos preços dos alimentos disparou em vários países.
A pandemia é apenas o choque mais recente em uma longa história de choques nos mercados de commodities. A seção Special Focus analisou a natureza dos choques nos preços de 27 commodities durante o período de 1970 a 2019. A constatação é que choques altamente persistentes (“permanentes”) e de curta duração (“transitórios”) contribuíram de maneira quase equivalente para a alteração dos preços das commodities, embora com uma variação ampla entre estas. Os choques permanentes são responsáveis pela maior parte da variabilidade dos preços dos produtos agrícolas, ao passo que os choques transitórios são mais relevantes para os preços das commodities industriais. A duração variada desses choques aponta para a necessidade de flexibilidade em termos de políticas.
Um choque transitório nos preços das commodities pode demandar políticas de estímulo fiscal para facilitar o consumo; os países que dependem da exportação de commodities suscetíveis a variações cíclicas de preços podem precisar criar margens de manobra fiscal durante a fase de expansão e utilizá-las durante o período de contração para apoiar a atividade econômica. Em países que dependem fortemente de commodities que estão sujeiras a choques permanentes, políticas estruturais como a diversificação econômica e a ampliação da base tributária podem ser necessárias para facilitar ajustes ao novo ambiente econômico.
O Grupo Banco Mundial, uma das maiores fontes de financiamento e conhecimento para os países em desenvolvimento, está tomando medidas amplas e rápidas para ajudar esses países a fortalecer sua resposta à pandemia. Estamos apoiando as intervenções de saúde pública, trabalhando para assegurar o fluxo de suprimentos e equipamentos essenciais e ajudando o setor privado a continuar a operar e manter empregos. O Grupo disponibilizará até US$ 160 bilhões em assistência financeira ao longo de 15 meses até junho de 2021 para ajudar mais de 100 países a proteger os pobres e vulneráveis, apoiar as empresas e sustentar a retomada da economia. Desse total, US$ 50 bilhões serão novos recursos da AID na forma de doações e empréstimos em condições altamente concessionais e US$ 12 bilhões para os países em desenvolvimento para financiar a compra e distribuição de vacinas contra COVID-19.
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