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COMUNICADO À IMPRENSA 28 de setembro de 2020

Revolução Tecnológica Acelerada pela Crise do Coronavírus na América Latina e no Caribe

WASHINGTON, 28 de setembro de 2020 – Os países da América Latina e do Caribe estão em meio a uma “Quarta Revolução Industrial” de inovação tecnológica que requer o aumento da produtividade no setor de serviços, investimentos em capital humano e um novo olhar sobre a legislação trabalhista e as políticas de proteção social, segundo o mais recente relatório do Banco Mundial.

A priorização dessas políticas tornou-se muito mais urgente agora que a pandemia da COVID-19 está exacerbando a maior contração nas atividades econômicas desde a grande depressão. A digitalização se tornou mais importante para apoiar as atividades econômicas em um momento de distanciamento social e está acelerando essa transformação tecnológica, com o potencial de colocar alguns empregos em risco na região da América Latina e do Caribe.

Segundo o relatório: Going Viral: COVID-19 and the Accelerated Transformation of Jobs in Latin America and the Caribbean, as transformações nos empregos que já eram perceptíveis nas últimas décadas tendem a se aprofundar, e a questão neste contexto é como os países podem sair da crise e se reconstruir de uma maneira melhor.

Precisamos repensar o futuro e não apenas tentar voltar ao que éramos antes da pandemia”, disse o Vice Presidente do Banco Mundial para a região da América Latina e do Caribe, Carlos Felipe Jaramillo.

Os governos devem encontrar maneiras de apoiar a criação de novos empregos, capacitar os trabalhadores para que estejam prontos para assumir esses novos postos de trabalho e amparar seus cidadãos durante essa transformação disruptiva.

A desindustrialização prematura e a rápida inovação tecnológica exigirão políticas de apoio para uma transformação harmoniosa dos empregos de forma socialmente aceitável. A região já vinha sofrendo com o fim da chamada “Década de Ouro” (2002-2013) de desenvolvimento acelerado e sólidas melhorias nos indicadores sociais. O crescimento econômico e a redução da pobreza estavam estagnados. A pandemia só tornou as coisas piores.

Embora o temor do desemprego em massa provocado pela tecnologia seja amplamente infundado, muitos empregos estão em risco por conta da redução da demanda externa, um período prolongado de quarentenas e confinamentos, questões de solvência das empresas, e crises financeiras em alguns casos. Além disso, a inquietação social vista em 2019 serve de alerta. É urgente retomar o crescimento econômico e criar mais e melhores empregos.

Entretanto, esta “Quarta Revolução Industrial” de inovação tecnológica significa que a continuação da industrialização ou a reindustrialização ficarão limitadas em vários países em desenvolvimento. Trabalhadores com baixos salários e sem educação formal e aqueles em atividades de alto contato típicas do setor informal estão sob maior risco de serem substituídos por máquinas. Além disso, é mais difícil fazer chegar aos trabalhadores informais os programas de proteção social básicos. A crise da COVID-19 pode acelerar essas mudanças, trazendo o futuro para muito mais perto do que se esperava.

Com o escopo limitado para o aumento do número de vagas na indústria manufatureira, a modernização do setor de serviços é prioritária. Isso requer ênfase na eliminação de distorções que impedem a concorrência e a inovação de acontecerem mais rapidamente.

Preparar os trabalhadores para as mudanças também é fundamental. “A educação oferece o melhor seguro contra os riscos da automação”, disse o autor principal do relatório, Guillermo Beylis, Economista Pesquisador no Escritório do Economista Chefe do Banco Mundial para a região da América Latina e do Caribe. “Os trabalhadores terão que se adaptar à demanda por habilidades cognitivas ou analíticas, bem como as habilidades interpessoais.”

O ensino e a reciclagem para adultos serão fundamentais diante da adoção das novas tecnologias de automação nos países da América Latina e do Caribe. O foco deve ser nas reformas políticas para aumentar a produtividade no setor de serviços, que já emprega 60% da força de trabalho e terá papel cada vez mais importante no futuro.

Por fim, é preciso repensar a legislação trabalhista e as políticas de proteção social. Isso envolve a flexibilização de leis que regem as formas emergentes de trabalho a fim de incentivar o emprego e apoiar a formalização, expandindo assim a cobertura da proteção social para segmentos maiores da população.

O Grupo Banco Mundial, uma das maiores fontes de financiamento e conhecimento para os países em desenvolvimento, está tomando medidas amplas e rápidas para ajudar esses países a fortalecer sua resposta à pandemia. Estamos apoiando as intervenções de saúde pública, trabalhando para assegurar o fluxo de suprimentos e equipamentos essenciais e ajudando o setor privado a continuar a operar e manter empregos. O Grupo disponibilizará até US$ 160 bilhões em assistência financeira ao longo de 15 meses para ajudar mais de 100 países a proteger os pobres e vulneráveis, apoiar as empresas e sustentar a retomada da economia. Desse total, US$ 50 bilhões serão novos recursos da Associação Internacional de Desenvolvimento (AID) na forma de doações e empréstimos em condições altamente concessionais.

Saiba mais sobre o trabalho do Banco Mundial na América Latina e no Caribe: www.worldbank.org/lac

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COMUNICADO À IMPRENSA Nº 2021/035/LAC

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