Os fundos servirão para aumentar investimentos e reduzir riscos associados a participação do sector privado na aceleração do crescimento e desenvolvimento
BADEN BADEN, Alemanha, 19 de Março 2017— Após uma reunião com os ministros das Finanças e governadores dos bancos centrais do G20, o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, anunciou hoje um valor recorde de US $ 57 biliões em financiamento para os países da África subsaariana ao longo dos próximos três anos fiscais. Kim, partiu depois para uma viagem ao Ruanda e Tanzânia para enfatizar o apoio do Grupo Banco Mundial para toda a região.
A maior parte do financiamento - US $ 45 biliões - será proveniente da Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA), o fundo do Grupo Banco Mundial para os países mais pobres. O financiamento para a África Subsaariana incluirá também uma estimativa de US $ 8 biliões em investimentos do sector privado da Corporação Financeira Internacional (IFC), uma divisão do sector privado do Grupo Banco Mundial e US $ 4 biliões em financiamento do Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento, uma divisão não-concessionária do sector público.
Em Dezembro, os parceiros de desenvolvimento acordaram um valor recorde de US $ 75 biliões para a IDA, um aumento dramático baseado numa iniciativa inovadora para juntar as contribuições dos doadores para a IDA com os recursos internos do Banco Mundial e com os recursos captados nos mercados de capitais.
Espera-se que 60% do financiamento da IDA seja destinado à África Subsaariana, onde se localiza mais da metade dos países elegíveis para financiamento da IDA. Esse financiamento está disponível para o período conhecido como IDA18, que vai de 1 de julho de 2017 a 30 de junho de 2020.
“Isso representa uma oportunidade sem precedentes para mudar a trajetória de desenvolvimento dos países da região”, disse Jim Yong Kim, presidente do Banco Mundial. “Com este compromisso, vamos trabalhar com os nossos clientes para expandir substancialmente programas em educação, serviços básicos de saúde, água potável e saneamento, agricultura, ambiente de negócios, infraestruturas e reforma institucional.”
O financiamento da IDA para as operações em África será fundamental para resolver os obstáculos que impedem a região de atingir seu potencial. A fim de apoiar as prioridades de desenvolvimento dos países, este aumento de investimentos centrar-se-á no combate aos conflitos, à fragilidade e à violência; A capacidade de resistência às crises, incluindo o deslocamento forçado, as alterações climáticas e as pandemias; e irá contribuir para reduzir a desigualdade de género. Os esforços promoverão também a governação e o fortalecimento institucional, assim como o emprego e a transformação económica.
“Este financiamento ajudará os países africanos a continuarem a crescer, a criar oportunidades para os seus cidadãos e a reforçar a capacidade de resistência à choques e crises”, disse Kim.
Embora grande parte dos US $ 45 biliões previstos no financiamento da IDA será dedicada a programas específicos para cada país, haverá montantes significativos disponíveis através de “janelas” especiais para financiar iniciativas regionais e projetos transformadores, apoiar refugiados e as comunidades que os acolhem e ajudar os países no pós-crise. Isto será complementado por uma Janela do Setor Privado (PSW), recentemente criada, e especialmente importante em África, onde muitos investimentos sólidos não são explorados devido a falta de capital e aos riscos percebidos. A Janela do Setor Privado complementará os instrumentos existentes da IFC e da Agência Multilateral de Garantia de Investimentos (MIGA) - braço do Grupo Banco Mundial que oferece seguro de risco político e aprimoramento de crédito - para incentivar investimentos sólidos por meio da redução de risco, financiamento combinado e empréstimos em moeda local.
Este financiamento do Grupo Banco Mundial, apoiará projetos de transformação durante o período de FY18-20. As prioridades do IBRD incluirão projetos de saúde, educação e infraestruturas, como expansão da distribuição de água e acesso à energia. As prioridades para o investimento do setor privado incluirão infraestruturas, mercados financeiros e agronegócio. A IFC também reforçará o seu envolvimento em estados frágeis e afetados por conflitos e aumentará investimentos relacionados ao clima.
Os resultados esperados da AID incluem serviços essenciais de saúde e nutrição para até 400 milhões de pessoas, acesso a fontes de água melhoradas para até 45 milhões e 5 GW de capacidade adicional de geração de energias renováveis.
A ampliação do financiamento da IDA irá basear-se num portfólio de 448 projetos em andamento em África, totalizando cerca de US $ 50 biliões. Destes, um pacote financeiro de US $ 1,6 bilião está a ser desenvolvido para enfrentar a ameaça iminente de fome em partes da África Subsaariana e outras regiões.