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COMUNICADO À IMPRENSA

Ebola: O Grupo Banco Mundial faz um novo financiamento para ajudar a Guiné, a Libéria e a Serra Leoa a recuperar da emergência do ebola

17 de abril de 2015


As novas estimativas do PIB mostram que o apoio internacional é vital para acelerar a recuperação

WASHINGTON, 17 de Abril de 2015 – O Grupo Banco Mundial (WBG) anunciou hoje que irá disponibilizar pelo menos US$650 milhões durante os próximos 12 a 18 meses para ajudar a Guiné, a Libéria e a Serra Leoa a recuperarem do devastador impacto social e económico da crise do ebola e contribuir para as suas necessidades de desenvolvimento a longo prazo. O novo subsídio do WBG eleva assim para US$1,62 mil milhões o financiamento total até à data para a resposta ao ebola e os esforços de recuperação.

O financiamento adicional anunciado surge na altura em que o WBG anuncia as novas estimativas para o PIB que mostram que a epidemia do ebola continua a prejudicar as economias da Guiné, da Libéria e da Serra Leoa. As perdas do PIB estimadas para os três países em 2015 ascendem a US$2,2 mil milhões: US$240 milhões para a Libéria, US$535 milhões para a Guiné e US$1,4 mil milhões para a Serra Leoa. Além dos graves efeitos do ebola, o abrandamento económico nos três países é agravado pela descida acentuada dos preços do minério de ferro, e pelo colapso do sector mineiro na Serra Leoa, de que resultou uma contracção sem precedentes do PIB nesse país estimada em 23,5 porcento.

O Presidente do WBG Jim Yong Kim anunciou o novo financiamento da Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA), o fundo do WBG para os países mais pobres, na conferência cimeira sobre o ebola durante os Encontros da Primavera do WBG-IMF. O Presidente Alpha Condé da Guiné, o Presidente Ellen Johnson Sirleaf da Libéria e o Presidente Ernest Bai Koroma da Serra Leoa apresentaram na reunião os seus planos para a recuperação da crise do ebola aos líderes globais para o desenvolvimento.

O novo financiamento vem somar-se aos quase US$1 mil milhões que o WBG alocou anteriormente à resposta de emergência à crise do ebola e aos esforços de recuperação anteriores da IDA (US$518 milhões) e do IFC (US$450 milhões), e adiciona-se ainda aos US$2,17 mil milhões de alívio da dívida do WBG (Guiné, US$1.098,5 milhões; Libéria, US$464,7 milhões; e Serra Leoa, US$ 506,8 milhões), que durante 2015-17 irão poupar aos três países cerca de US$75 milhões anualmente em pagamentos da dívida.

Em linha com os planos de recuperação dos países, as cinco áreas prioritárias para o financiamento adicional da IDA incluem: fortalecimento dos sistemas de saúde e cuidados médicos de primeira linha; agricultura; educação; transferências de dinheiro e outros programas de protecção social; e infra-estruturas vitais como electricidade, água, saneamento e estradas. Os fundos serão também utilizados para desenvolver um sistema regional de vigilância de doenças em toda a África Ocidental que irá ajudar a evitar ou conter futuras epidemias.  

“Mesmo enquanto estamos a trabalhar sem descanso para atingir zero novos casos de ebola, a comunidade internacional tem de ajudar a Guiné, a Libéria e a Serra Leoa para que possam iniciar a sua recuperação e construir um futuro mais seguro, mais próspero e resiliente para as suas populações” disse Jim Yong Kim, Presidente do Grupo Banco Mundial. “Muitos de nós reconhecem que a comunidade internacional reagiu lentamente à epidemia do ebola. Vamos mostrar que aprendemos esta lição apoiando uma recuperação efectiva e sustentável que também prepare estes países — e o resto do mundo — para a próxima pandemia.”

 

Desde que o WBG apresentou a mais recente actualização económica a 20 de Janeiro de 2015, têm emergido importantes diferenças entre os três países. O novo relatório conclui que a Serra Leoa enfrenta agora uma grave recessão com uma taxa de crescimento sem precedentes de -23,5% em 2015, originada por problemas de governança empresarial no sector mineiro. A Libéria está a voltar gradualmente à normalidade, com uma previsão de crescimento do PIB de 3% em 2015, superior a 2014 mas ainda bem inferior às estimativas pré-ebola de 6,8%. A economia da Guiné continua estagnada, com um crescimento previsto  de -0,2% para 2015, comparado com uma taxa pré-ebola de 4,3%.

Como resultado, o WBG afirma que é urgente um financiamento internacional adicional para ajudar os três países a recuperarem totalmente e retomarem os caminhos de desenvolvimento e crescimento positivos que prevaleciam antes da epidemia do ebola ter atingido a África Ocidental.  O ritmo da recuperação desses países irá também depender da eficácia com que forem implementados os respectivos planos de recuperação.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), na semana anterior a 12 de Abril foram registados um total de 37 casos confirmados de ebola, contra 30 na semana anterior. A incidência de casos na Guiné aumentou para 28, em comparação com 21 casos confirmados na semana anterior; a Serra Leoa comunicou 9 casos confirmados, o mesmo número que na semana anterior e a Libéria não comunicou qualquer caso confirmado.

"A recuperação total dos países afectados pelo ebola só é possível depois de terminado o seu surto e terem sido implementadas salvaguardas para evitar a reintrodução da doença," disse o Secretário-Geral das ONU Ban Ki-moon, que participou na cimeira sobre o ebola do Grupo Banco Mundial. ”As nossas energias devem agora concentrar-se numa acção eficaz para eliminar o ebola, apoiar a recuperação e fortalecimento dos sistemas de saúde, e garantir a resiliência das comunidades para enfrentarem futuras ameaças: estas são pré-condições para uma recuperação sustentável e duradoura." 

Resposta do Grupo Banco Mundial à crise do ebola 

Até Abril de 2015, o Grupo Banco Mundial mobilizou US$1,62 mil milhões em financiamentos para acções de resposta ao ebola e para os esforços de recuperação para apoiar os países mais atingidos pelo ebola. Esse valor inclui US$1,17 mil milhões da IDA, o fundo do Grupo Banco Mundial para os países mais pobres e pelo menos US$450 milhões do IFC, um membro do Grupo Banco Mundial, para incentivar o comércio, o investimento e o emprego na Guiné, na Libéria e na Serra Leoa.



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