BRASÍLIA, 17 de Março de 2015 – Uma em cada três mulheres em todo o mundo, ou cerca de 800 milhões, vão apanhar, serão forçadas a ter relações sexuais ou sofrer qualquer outra forma de abuso ao longo de suas vidas, de acordo com o levantamento realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2012. Para chamar atenção sobre essa questão universal, o Banco Mundial, em parceria com a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, traz ao Brasil a mostra de arte multimídia “1 em 3 - O que é preciso para você se indignar?”, cuja cerimônia ocorreu nesta terça-feira, às 11h, no Salão Branco do Senado Federal.
A mostra aborda vários aspectos da violência contra a mulher: desde agressão por parte de um parceiro, violência doméstica, tráfico humano, violência sexual em conflitos armados a formas mais perversas de violência emocional e psicológica. O forte impacto emocional das peças tem como apoio dados levantados pelos mais recentes trabalhos sobre violência devido ao gênero. A natureza complexa e global da questão é enfatizada pela variedade de peças de arte produzidas por artistas emergentes de todas as regiões do planeta.
O Grupo Banco Mundial (GBM) tem um papel crucial no que diz respeito à questão de gênero. Não apenas porque a violência doméstica é moralmente condenável, mas também porque se trata de uma das mais pervesas violações dos direitos humanos. A missão do Banco Mundial de erradicar a pobreza e promover a prosperidade compartilhada é impossível de ser alcançada quando um pouco mais que metade da humanidade não pode produzir ou usufruir dos frutos do trabalho porque seus direitos humanos básicos lhe são negados. O empoderamento social e econômico, um pré-requisito básico para sair da pobreza, continuará sendo uma utopia enquanto o bem-estar das mulheres for ameaçado pela violência doméstica, estupro, ataques com ácido, casamentos forçados ou de crianças, mortes por honra e pelo tráfico sexual.
Estimativas conservadoras sobre perda de produtividade associada à violência devido a gênero variam desde 1.2% do PIB no Brasil e na Tanzânia a 2% no Chile – praticamente o que a maior parte dos países investem em educação primária. Um estudo mostra que o custo total associado à violência doméstica no Reino Unido, incluindo a redução do bem-estar, equivale a 10% do PIB. Esses números não incluem gastos associados ao impacto emocional de longo prazo e consequências na segunda geração.
O Grupo Banco Mundial está trabalhando com governos, a sociedade civil de seus países-membros e outros parceiros de desenvolvimento para garantir que cada cidadão – homem ou mulher – possa viver livre da violência ou do medo. No âmbito da sociedade civil, a comunidade artística representa um importante papel na conscientização sobre temas sociais chave, incluindo a violência devido ao gênero, e na promoção de mudança de comportamento.