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COMUNICADO À IMPRENSA

As Empresas mineiras podem ajudar a acender luzes por toda a África Subsariana, afirma o Banco Mundial

9 de fevereiro de 2015


CIDADE DO CABO, ÁFRICA DO SUL, 9 de Fevereiro, 2015 – As empresas mineiras podem desempenhar um papel fulcral na captação das abundantes fontes de energia limpa existentes em África, para suprir a escassez de electricidade que afecta pelo menos um em cada três africanos, afirma um novo relatório do Banco Mundial, divulgado hoje na conferência Mining Indaba.

No seu relatório, intitulado “O Poder da Mina: uma Oportunidade Transformativa para a África Subsariana”, o Banco apela à indústria mineira para que trabalhe em mais estreita ligação com as empresas de electricidade da região, dando resposta às suas necessidades crescentes de energia. Não se limitando ao fornecimento da energia de que necessitam na obra, as minas podem tornar-se importantes e fiáveis clientes para as empresas de electricidade ou até para produtores independentes de energia (IPPs, sigla em inglês), que poderão assim crescer e desenvolver melhores infra-estruturas para levar energia a baixo custo às comunidades.

A energia é essencial para as operações das empresas mineiras e, ao tornarem-se “clientes âncora” das empresas fornecedoras de electricidade, as minas podem poupar centenas de milhões de dólares, auto fornecendo-se em matéria de energia.

A África Subsariana, enquanto região, gera apenas 80 gigawatts de energia em cada ano, para distribuir a 48 países e a uma população de 1,1 mil milhões de pessoas. Dois-terços da população desta região vivem sem qualquer acesso a electricidade e aqueles que têm uma ligação sofrem constantes perturbações no fornecimento. Sem novos investimentos e com as actuais taxas de crescimento da população, haverá, em 2030, mais africanos sem energia eléctrica do que existem actualmente.

O relatório conclui que, na África do Sul, a procura de energia por parte das minas irá provavelmente triplicar entre 2000 e 2020 para atingir mais de 23.000 MW em 2020. Isto pode até ser mais elevado que as necessidades de energia, para fins não mineiros, em alguns países. E no entanto, há ainda muitas empresas mineiras que optam por suprir as suas próprias necessidades de energia com geradores a gasóleo, em vez de comprarem energia à rede – muitas vezes devido a insuficiências dos sistemas nacionais de energia na região.

De acordo com o relatório, até 2020 serão acrescentados mais 10 gigawatts de electricidade entre 2012 e 2020 – e uma parte considerável deverá ser proveniente do “auto-abastecimento”, que custa às empresas mineiras uma verba que pode chegar aos USD3,3 mil milhões.

Mas novos modelos de fornecimento de energia às minas estão a surgir por toda a África Subsariana – incluindo o auto-fornecimento de minas, que também vendem energia à rede, ou que se tornam clientes importantes de PIP (Programas Individuais de Parceria). O relatório calcula que há cerca de USD 6 mil milhões em potenciais oportunidades para parcerias público-privadas, na geração de energia de fontes limpas (incluindo o gás natural e hidroenergia) na Guiné, Mauritânia, Tanzânia e Moçambique – países com forte crescimento previsível na procura de abastecimento proveniente do sector mineiro.

 “A integração da mineração para electricidade pode representar substanciais poupanças para as minas, a electrificação de comunidades e oportunidades de investimento para o sector privado. Mas, para alcançar sucesso, precisamos que governos, empresas geradoras de energia e empresas mineiras, trabalhem em conjunto,” afirmou o Vice-Presidente para África do Banco Mundial, Dr. Makhtar Diop. “A escassez de energia constrange o crescimento económico necessário para reduzir a pobreza e aumentar a prosperidade para todos os africanos. Integrando a procura mineira nos sistemas nacionais e regionais de abastecimento de energia – especialmente em países que são ricos em minérios e pobres em energia – poderemos levar enormes benefícios aos países e às comunidades.”

O relatório cita o exemplo da Guiné, onde a mineração contribui com mais de metade de toda a exportação do país, e contribui com mais de 20 por cento da receita fiscal – mas onde as taxas nacionais de electrificação são das mais baixas em África. Por exemplo, juntando uma série de minas e contratando com um produtor independente de energia para gerar e transmitir a electricidade às minas, através de uma mini-grelha de alta voltagem, as empresas mineiras poupariam cerca de USD640 milhões em auto-fornecimento e, simultaneamente, levariam energia confiável e a preço mais acessível a pelo menos 5 por cento do povo da Guiné.

 “Ao escolher opções de fornecimento com base na rede e mais limpas, que têm normalmente um custo mais baixo que o auto-fornecimento de electricidade com base no diesel ou fuelóleo pesado, as empresas mineiras poderão suprir as suas próprias necessidades de electricidade, ajudando simultaneamente a iluminar as comunidades”, afirmou Anita George, Directora Sénior da Prática Global de Energia e Indústrias Extractivas do Banco Mundial.Por seu turno, os países beneficiarão de uma maior competitividade das empresas mineira, maiores rendas das minas e mais oportunidades de emprego para a população local.”

O relatório esclarece que, embora há riscos associados à integração da mineração para energia – por exemplo o declínio de preços de produtos básicos ou a falta de ligações de transmissão – há soluções regulatórias e financeiras que podem ajudar a mitigar estes riscos. Um elemento importante é que os países por toda a África Subsariana continuem as suas reformas no sector da energia, e que criem um ambiente de trabalho atractivo para as IPP, incluindo os prospectores das energias renováveis.

O relatório: “O Poder da Mina: Uma Oportunidade Transformadora para a África Subsariana” foi financiado pelo Energy Sector Management Assistance Program (ESMAP) e o Fundo Sul Africano para a Energia, Transportes e Ind. Extractivas (SAFETE).



Contatos com a mídia:
Elisabeth Mealey
tel : +1 (202) 413-9457
emealey@worldbank.org
Kristina Ifeoma Nwazota
knwazota@worldbank.org



COMUNICADO À IMPRENSA Nº
2015/298/EAEGP

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