WASHINGTON, 9 de Dezembro, 2014—O Conselho de Directores Executivos do Banco Mundial aprovou um Crédito AID* no valor de USD 75 milhões e uma subvenção de USD 25 milhões do Governo da Suécia, a conceder à Zâmbia para obras do Projecto do Recuperação da Barragem de Kariba. O projecto tem o objectivo de ajudar a Autoridade do Rio Zambeze a assegurar, a longo prazo, a segurança e a confiabilidade do Sistema da Barragem Hidroeléctrica de Kariba.
A Barragem de Kariba, construída entre 1956 e 1959 com o apoio do BIRD, fornece mais de 50 por cento da electricidade da Zâmbia e do Zimbabué, beneficiando uma população estimada em quatro milhões e meio de habitantes. Ao longo destas seis décadas, a barragem tem sido um importante factor do crescimento e do desenvolvimento regional e o instrumento principal de controlo de cheias e da gestão do fluxo do rio, na bacia do Rio Zambeze. A barragem contribui para a economia regional e da zona circundante, proporcionando a pesca, operações de turismo, irrigação agrícola e água potável para as cidades e aldeias da região.
O projecto, com um financiamento total de USD 300 milhões, está a ser co-financiado pelo Banco Africano de Desenvolvimento e pela União Europeia e ajudará a Autoridade do Rio Zambeze, entidade responsável pela gestão da Barragem de Kariba, a remodelar o lago onde se precipita a água e a renovar o seu descarregador, assim como a melhorar o funcionamento da barragem para a elevar aos níveis internacionais de segurança.
“A reabilitação da barragem de Kariba é uma componente importante do programa mais vasto de melhoramento da segurança energética da África Austral. Há ainda muito a fazer para alcançar essa meta, mas hoje assinalamos um marco importante para consolidar a barragem de Kariba ao longo das próximas décadas,” afirmou Makhtar Diop, Vice-Presidente do Banco Mundial para África.
“A Barragem de Kariba está estreitamente interligada com a vida social e económica dos nossos dois povos. Mantemos o nosso empenho na continuidade da nossa parceria para assegurar que os benefícios da cooperação regional fluam directamente para os povos dos nossos países. Acolhemos com satisfação o financiamento do Banco Mundial e do Governo da Suécia para as obras de recuperação tão urgentemente necessárias em Kariba. A nossa grande prioridade é assegurar que a barragem continue e cumprir com os padrões internacionais de segurança,” declararam Alexander Chikwanda, Ministro das Finanças da Zâmbia, e Patrick Chinamasa, Ministro das Finanças do Zimbabué.
O comércio transfronteiriço de energia, que foi viabilizado pelo Programa Hidroeléctrico da Barragem de Kariba, é fulcral para aumentar o acesso à electricidade e baixar os seus custos, para milhões de pessoas. O projecto apoia a estratégia de desenvolvimento do Grupo de Energia da África Austral, uma estrutura criada em 1995 para criar soluções regionais de geração de electricidade para os estados membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral.
“Este projecto é testemunha do poder da perseverança e da cooperação entre governos e parceiros de desenvolvimento, e o Banco Mundial assume com satisfação o ter desempenhado um papel importante em conduzir-nos a este resultado. Continuamos profundamente empenhados em que esse mesmo espírito de cooperação continue a marcar o período de implementação do projecto,” declarou Kundhavi Kadiresan, Director Nacional do Banco Mundial para a Zâmbia, Zimbabwe e Malawi
A Autoridade do Rio Zambeze efectuou uma série de estudos e avaliações para identificar a remodelação do descarregador da barragem e reconfiguração do lago, de modo a que, após quase 60 anos de funcionamento, a Barragem de Kariba possa continuar a funcionar em conformidade com os padrões internacionais de segurança das barragens
“A Barragem de Kariba está em funcionamento há mais de 50 anos e as intervenções agora propostas vêm no momento oportuno. Este projecto representa as melhores práticas técnicas em complexas recuperações de barragens e foi concebido para assegurar a devida atenção para aspectos ambientais e sociais durante a sua implementação, como parte do programa mais alargado para assegurar um desenvolvimento, sustentável e resiliente ao clima, dos recursos de água na Bacia do rio Zambeze,” afirmou Marcus Wishart, Especialista Sénior em Recursos Hídricos do Banco Mundial, e Líder da Equipa Responsável pelo Projecto de Recuperação da Barragem de Kariba
*A Associação Internacional para o Desenvolvimento, do Banco Mundial (AID), criada em 1960, ajuda os países mais pobres do mundo, atribuindo subvenções e empréstimos a juro baixo, ou zero, para projectos e programas que promovem o crescimento económico, reduzem a pobreza e melhoram a vida dos pobres. A AID é uma das maiores fontes de apoio aos 77 países mais pobres do mundo, 39 dos quais se situam em África. Os recursos da AID trazem mudanças positivas a 2,8 mil milhões de pessoas que vivem com menos de 2 dólares por dia. Desde 1960, a AID apoiou já trabalho para o desenvolvimento em 112 países. Os seus compromissos anuais têm-se cifrado, em média, em 18 mil milhões de dólares ao longo dos últimos três anos, tendo cerca de 50 por cento sido despendidos em África.