WASHINGTON, 8 de Outubro de 2014 – Tendo o mais recente número de mortes pelo Ébola ascendido a 3 439 nos três países mais atingidos, Guiné, Libéria e Serra Leoa, uma nova avaliação do impacto económico pelo Grupo Banco Mundial afirma que se a epidemia vier a infectar significativamente a população dos países vizinhos, alguns dos quais têm economias muito maiores, o impacto financeiro regional de dois anos poderá chegar a USD 32 600 milhões até ao fim de 2015.
O novo relatório do Grupo Banco Mundial refere que “estamos longe de poder afirmar que a epidemia estará totalmente controlada até Dezembro de 2014 e face à considerável incerteza quanto à sua trajectória futura, utilizam-se dois cenários alternativos para estimar o impacto de médio prazo (2015) da epidemia, prolongando até ao fim do ano civil de 2015”. Um cenário de “Baixo Ébola” corresponde a uma contenção rápida nos três países mais seriamente afectados, enquanto um de “Alto Ébola” corresponde a uma contenção mais lenta nos três países, com uma propagação regional mais alargada.
De acordo com a nova análise do Grupo Banco Mundial, os impactos económico do Ébola já são muito sérios nos três países centrais – em particular na Libéria e Serra Leoa – e podem tornar-se catastróficos no caso de uma lenta contenção, cenário de “Alto Ébola”. Em termos regionais mais vastos, o impacto económico poderá ser limitado se uma imediata actuação nacional e internacional travar a epidemia e aliviar o “comportamento de aversão” ou o factor medo que está a levar os países vizinhos a fecharem as suas fronteiras e as companhias de aviação e outras empresas regionais e internacionais a suspenderem as suas actividades comerciais nos três países mais atingidos. O sucesso da contenção do Ébola na Nigéria e no Senegal é prova de que é possível, perante a existência de um sistema de saúde com alguma capacidade e a firmeza da resposta política.
“Tendo em conta o potencial do Ébola para infligir enormes custos económicos na Guiné, Libéria e Serra Leoa e no resto dos países vizinhos da África Ocidental, a comunidade internacional tem de encontrar formas de ultrapassar os obstáculos logísticos e conseguir mais médicos e pessoal médico preparado, mais camas hospitalares e mais apoio à saúde e ao desenvolvimento para ajudar a travar o Ébola” afirma Jim Yong Kim, Presidente do Grupo Banco Mundial.