O Dr. Jim Yong Kim, Presidente do Banco Mundial, médico experiente no tratamento de doenças infecciosas, disse que o novo compromisso de financiamento atende a um pedido tanto dos três países africanos mais duramente atingidos pelo ebola como da Organização Mundial da Saúde (OMS) de assistência imediata para conter o surto.
Afirmou que o Grupo Banco Mundial também intensificará a assistência de redes de segurança social a comunidades e famílias afetadas e ajudará a reforçar sistemas de saúde pública na África Ocidental no intuito de fortalecer de modo mais geral a capacidade da região de controlar a doença. Kim disse que informará a Diretoria Executiva do Grupo Banco Mundial o quanto antes possível sobre a situação mais atual da epidemia e procurará aprovação para o novo pacote de emergência.
“Estou muito preocupado com o fato um número muito maior de vidas estar em risco, salvo de pudermos pôr fim ao ritmo da epidemia de ebola”, afirmou Kim. “Estou monitorando seu impacto mortífero dia e noite e sinto profunda tristeza pelo modo como devastou trabalhadores da saúde, famílias e comunidades, interrompeu a vida normal e levou ao colapso de sistemas de saúde já débeis nos três países.”
Kim acrescentou: “A comunidade internacional precisa agir rapidamente para conter e deter este surto de ebola. Creio que este novo financiamento de emergência do Banco Mundial proporcionará o apoio criticamente necessário para deter a transmissão ulterior de ebola na Guiné, Libéria e Serra Leoa, o que prevenirá novas infecções nos países vizinhos em risco.”
Em seu anúncio feito no primeiro dia da Cúpula EUA-África em Washington D.C. afirmou que o novo compromisso de financeiro pagará suprimentos médicos urgentemente necessitados, salários do pessoal médico e outros materiais vitais para estabilizar o sistema de saúde, ao mesmo tempo ajudando também as comunidades a enfrentarem as dificuldades financeiras causadas pela epidemia. O novo pacote do Banco Mundial também ajudará as redes de laboratório e de vigilância de doenças da região a se protegerem contra futuros surtos epidêmicos.
A liderança da OMS, disse ele, foi vital para os esforços internacionais e regionais conterem a epidemia de ebola, o primeiro surto da doença do vírus ebola ocorrido na África Ocidental, o qual, no entanto, já se tornou o maior jamais visto em quase quatro décadas de história desta doença. O Grupo do Banco Mundial, afirmou, trabalhará em estreita colaboração com a OMS e outros parceiros – tais como a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (ECOWAS). A OMS já estabeleceu um centro de atendimento de ebola em Conakry.
“A OMS acolhe com satisfação este apoio do Banco Mundial, o qual chega em um momento em que aumenta a preocupação causada pela doença do vírus do ebola,” afirmou em Genebra a Dra. Margaret Chan, Diretora-Geral da OMS. “A demanda criada por este surto sem precedentes superou a capacidade de resposta dos países afetados da África Ocidental. Portanto, o financiamento para aumentar as capacidades de resposta é uma forma fundamentalmente importante para diminuir o ritmo da transmissão e prevenir a disseminação a outras áreas.”
Impacto econômico do ebola
Perante o impacto direto e indireto do vírus do ebola nas economias da Guiné, Libéria, Serra Leoa e países vizinhos, a nova resposta de emergência do Grupo Banco Mundial também ajudará os países e comunidades a enfrentarem as dificuldades financeiras causadas pelo surto.
Uma avaliação inicial da Guiné feita pelo Banco Mundial-FMI projeta uma queda de todo um ponto percentual no crescimento do PIB de 4,5% para 3,5%. A agricultura também foi prejudicada em todos os três países pelo fato de trabalhadores rurais deixarem áreas agrícolas das zonas afetadas. Até esta data não houve impacto comensurável sobre o suprimento alimentar.
O comércio transfronteiriço diminuiu consideravelmente devido ao fechamento de fronteiras terrestres dos países vizinhos e, mais recentemente, pelo cancelamento de voos. Tem havido diminuição notável de voos internacionais a esses países, levando à redução de receitas e de fluxos financeiros, ocorrendo também uma queda no número de projetos que envolvem trabalhadores expatriados ou viagens de pessoas de negócios. No setor da mineração, se continuar a evacuação de expatriados especializados, haverá um declínio acentuado da produção. Na Libéria as escolas foram fechadas como parte do estado de emergência declarado pelo governo.
Makhtar Diop, Vice-Presidente do Banco Mundial para a África, afirmou que esta resposta de emergência do Banco Mundial também incluirá medidas de redes de segurança social para ajudar as famílias e comunidades a enfrentarem perdas financeiras como consequência do surto.
“Intensificaremos medidas de proteção de redes de segurança social nos países afetados à luz das dificuldades adicionais que, segundo prevemos, o ebola criará para as pessoas as quais, para começar, já são pobres e vulneráveis. Elas têm diante de si a perspectiva de perder os provedores do sustento e de interrupção de sua subsistência, razão pela qual, muito acima de conter a disseminação da epidemia, também precisamos ajudar os habitantes da África Ocidental a enfrentarem o impacto sobre sua vida,” afirmou Diop.