Recuperação Econômica de Angola e Desafios pela Frente.
Angola, Luanda - 20 de junho de 2013 - A equipa do Departamento da Redução da Pobreza e Gestão Econômica do Banco Mundial lança hoje, em Luanda, capital de Angola, a primeira edição do Angola Economic Update (AEU). A primeira de uma série, o relatório é dirigido a um público amplo, incluindo os fazedores de políticas públicas, líderes empresariais, organizações internacionais, analistas e profissionais que se interessam pelo tema da evolução da economia de Angola.
O AEU analisa a evolução económica recente do país num contexto global de médio prazo. O mesmo avalia as implicações das tendências macroeconômicas e reformas políticas em termos de objectivos de desenvolvimento estabelecidos pelo Governo.
O objetivo desta série é o de providenciar uma análise da evolução recente da economia angolana e as suas perspectivas de evolução para o futuro. De entre as várias conclusões, destaque para o seguinte:
O país está a registar uma recuperação econômica robusta após vários anos de crescimento relativamente lento por conta da crise financeira global. Estima-se que o PIB se tenha expandido por mais de 8 por cento em 2012, impulsionado pelos altos preços de exportação de petróleo e o aumento dos volumes de produção; as contas fiscais e externas estão desfrutando de grandes excedentes e a inflação caiu para um dígito. Essa melhora na posição macroeconômica de Angola reflete a sofisticação progressiva da sua governação económica.
No entanto, esta perspectiva positiva esconde uma série de deficiências estruturais fundamentais que representam ameaças à sustentabilidade do seu crescimento econômico atual. Angola continua dependente das exportações de petróleo e enquanto as receitas de exportação de petróleo recentemente se recuperaram, a economia continua altamente vulnerável tanto a volatilidade do preço global e choques de oferta domésticos. Enquanto isso, a baixa taxa de investimento apresenta uma preocupação a longo prazo. Neste contexto, reforçar a gestão econômica pode ajudar a transformar a riqueza natural de Angola em capital produtivo e lançar as bases para a diversificação econômica e da competitividade não-petrolífero, o que acabará por ser tão vital para o emprego, a renda e a redução da pobreza como o crescimento robusto do PIB.
Cada número da série AEU inclui uma seção com enfoque especial num assunto de particular interesse para o desenvolvimento econômico e social em Angola. Nesta primeira edição, o Banco Mundial concentrou-se no setor financeiro. Pois, o acesso ao financiamento é essencial para o crescimento da economia não-petrolífera, particularmente a manufatura e a agricultura. No entanto, apesar da rápida expansão do setor bancário angolano ao longo das últimas duas décadas, sistemas financeiros fracos e falta de informação financeira fiável estão a provocar distorções na alocação de crédito, prejudicando, em última analise, a eficiência e a competitividade da economia como um todo.