COMUNICADO À IMPRENSA

O Banco Mundial insta os governos a pensarem verde

9 de maio de 2012




A Coreia do Sul oferece US$ 40 milhões para promover o Crescimento Verde para Todos

SEOUL, 9 de maio de 2012 – O Banco Mundial divulgou hoje um relatório instando os governos a pensarem verde na implementação de políticas de crescimento, que pode ser inclusivo, eficiente, economicamente viável e, acima de tudo, necessário para manter a expansão econômica nos anos futuros.
 
Lançado na Cúpula Global de Crescimento Verde em Seoul, o Inclusive Green Growth: The Pathway to Sustainable Development (Crescimento Verde Inclusivo: O Caminho para o Desenvolvimento Sustentável), estabelece uma estrutura que inclui sistemas atmosféricos, terrestres e marinhos nos planos de crescimento econômico necessário para intensificar a redução da pobreza. O relatório desmascara o mito de que o enfoque do crescimento verde é um luxo fora do alcance da maioria dos países – indicando, ao contrário, barreiras políticas, comportamentos arraigados e falta de instrumentos financeiros apropriados como os principais obstáculos.
 
“Ganhos realmente notáveis foram obtidos em saúde e bem-estar social desde a Cúpula da Terra de 1992 no Rio de Janeiro, Brasil, porém o progresso resultou em degradação ambiental e esgotamento de recursos,” afirmou Rachel Kyte, Vice-Presidente do Banco Mundial para o Desenvolvimento Sustentável. “As decisões tomadas hoje comprometerão os países a padrões de crescimento que poderão ou não ser sustentáveis no futuro. Cumpre dispensar atenção especial para assegurar que as cidades e estradas, fábricas e propriedades agrícolas sejam estruturadas e reguladas a fim de elevar os padrões de vida, aproveitando ao mesmo tempo, de forma eficiente, o capital natural, humano e financeiro.”
 
O relatório desafia os governos a mudar o seu enfoque em matéria de políticas de crescimento, medindo melhor não apenas o que está sendo produzido, mas também o que está sendo esgotado e poluído nesse processo. Afirma que a determinação de valores às propriedades agrícolas, minérios, rios, oceanos, florestas e biodiversidade, bem como a concessão de direitos de propriedade oferecerão aos governos, indústria e indivíduos o incentivo suficiente para gerenciá-los de forma eficiente, inclusiva e sustentável. O Banco Mundial apoia firmemente a incorporação do capital natural nas contas nacionais e procurará compromissos dos países neste sentido na Cúpula Rio+20 das Nações unidas a realizar-se no Brasil no próximo mês.
 
O Governo da Coreia ofereceu US$ 40 milhões para fortalecer e expandir a carteira global de crescimento verde do Grupo Banco Mundial mediante o aproveitamento e alavancagem da experiência bem-sucedida da Coreia.
 
“É para nós uma satisfação fazer parceria com o Grupo Banco Mundial e compartilhar as experiências e perícia da Coreia desde que em 2008 fizemos do crescimento verde a nossa estratégia nacional,” afirmou Jaewan Bahk, Ministro da Estratégia e Finanças. “A transição para o caminho verde não é fácil. Compartilhar o know-how e a capacidade é imperativo para os países em desenvolvimento ultrapassarem o crescimento e padrões de produção ineficientes e desatualizados.”
 
No evento de alto nível realizado à margem das Reuniões da Primavera Setentrional do Banco Mundial/Fundo Monetário Internacional, os ministros das finanças expressaram apoio crescente ao conceito de crescimento verde inclusivo. O novo relatório do Banco Mundial “Crescimento Verde Inclusivo” enfatiza cinco pontos principais:

  • O crescimento verde é necessário, eficiente e economicamente viável – e é elemento crítico para conseguir um desenvolvimento sustentável.
  • As barreiras políticas, comportamentos e normas enraizados e a escassez de instrumentos são os principais obstáculos ao crescimento verde. O crescimento verde deve focar as políticas e investimentos a serem implementados nos próximos 5-10 anos – para evitar ficarmos encurralados em caminhos insustentáveis, reveses políticos prejudiciais e consequências custosas para a saúde pública.
  • O progresso requer soluções multidisciplinares, combinando economia, ciências políticas e psicologia social – para enfrentar restrições políticas à economia, superar comportamentos e normas sociais profundamente arraigados, bem como desenvolver as ferramentas financeiras necessárias.
  • O crescimento verde não é monolítico nem estático – as estratégias variarão de país a país, refletindo contextos locais, preferências e bases de recursos. Todos os países, tanto ricos como pobres, terão oportunidades de esverdear o seu crescimento sem reduzir o seu ritmo.
  • O crescimento verde não é inerentemente inclusivo, mas pode ser estruturado para sê-lo. Embora seja verdade que um melhor desempenho ambiental geralmente beneficie os mais pobres e mais vulneráveis, as políticas de crescimento verde devem ser cuidadosamente formuladas a fim de maximizar os benefícios e minimizar os custos para eles, especialmente durante a transição.

“Há uma concepção errônea frequente de que os países pobres não podem estimular o crescimento sem degradar o meio ambiente e queimar as fontes de energia mais baratas e mais poluentes: carvão, biomassa e às vezes petróleo e gás,” afirmou Kandeh Yumkella, Diretor-Geral, Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial. “Isso simplesmente não é verdade. Os países em desenvolvimento não devem replicar padrões de crescimento de séculos anteriores nem devem procurar fazê-lo. Precisam crescer de forma mais inteligente, mais verde e mais rápida. O ambiente natural, os minérios e as matérias-primas são as principais fontes de capital dos países pobres e, portanto, devem ser rigorosamente protegidas, sendo ao mesmo tempo aproveitadas de forma responsável.”
 
“Este relatório oferece um exemplo irrefutável de que aumentar o crescimento econômico e melhorar o bem-estar social e ambiental não são mutuamente exclusivos nem têm custo proibitivo,” acrescentou Yumkella. “Os países em desenvolvimento precisam superar os obstáculos de políticas e estabelecer desde já iniciativas de investimento ao tomarem decisões relacionadas com a infraestrutura e produção que trarão consequências para as gerações.”

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COMUNICADO À IMPRENSA Nº
2012/428/SDN

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