A Área do Grande Maputo enfrentava uma crise hídrica, e não tinha água suficiente para captar, tratar e abastecer aos seus quase três milhões de habitantes.
Graças a uma nova estação de tratamento de água, uma conduta de 95 quilómetros e 100 mil novas ligações domésticas, mais meio milhão de pessoas agora desfrutam de água potável nas suas casas.
Maputo, 15 de Agosto de 2023 – Onde há água, há vida. Investir no abastecimento de água pode levar a ganhos significativos de desenvolvimento económico e humano. O acesso a água potável reduz a mortalidade infantil, aumenta a produção agrícola e industrial, reduz a pobreza e aumenta a resiliência às mudanças climáticas.
Quando Rosa Calane abre a torneira no seu quintal, a água flui abundantemente. Ela enche uma panela e leva-a para dentro de casa, para preparar uma refeição para a sua família. Mas Rosa ainda se lembra dos dias em que quase não saía água da sua torneira. Rosa vive em Pessene, distrito de Boane, nos arredores da capital de Maputo. Ela não era a única a sofrer com a escassez de água potável.
Muitas vezes não tínhamos água ou saía suja demais para beber. Quando a água não saía, tínhamos de ir tirá-la de poços ou levar um tanque num camião para ir buscar água à Matola-Gare [a 40 quilómetros de distância]. Era caro e levava muito tempo.
Rosa Calane
Pessene, Boane District
A crise hídrica de Maputo
Em meados da década de 2010, quase três milhões de pessoas que viviam na Área do Grande Maputo – o maior centro urbano de Moçambique, que compreende as duas cidades mais populosas do país, Maputo e Matola – lutavam para ter acesso a água potável e canalizada. A rápida expansão urbana e décadas de falta de manutenção e investimentos no sistema de abastecimento de água levaram a uma grave crise hídrica. Não havia água suficiente para tratar e abastecer a todos os residentes, principalmente nos distritos de Boane e Marracuene. O sistema de abastecimento de água da cidade provinha de uma única fonte de água superficial, a Barragem dos Pequenos Libombos, construída nas margens do rio Umbeluzi, 25 quilómetros a sul de Maputo. A única estação de tratamento de águas operacional estava sobrecarregada e era altamente exposta a choques climáticos, tais como inundações e ciclones tropicais durante a estação chuvosa, afectando os sistemas de distribuição e a qualidade da água.
“O nosso bairro não recebia água suficiente”, disse Mateus Augusto, um vizinho de Rosa.
Para aumentar a quantidade de água limpa disponível para abastecer à população do Grande Maputo, o Governo de Moçambique, com o apoio do Projecto Nacional de Desenvolvimento de Recursos Hídricos do Banco Mundial , reabilitou uma segunda fonte de água, a Barragem de Corumana, localizada nas margens do Rio Sabié. Inicialmente construída para irrigação, hoje a barragem também apoia o fornecimento de água e protege as comunidades vizinhas das cheias. O projecto apoiou a instalação de seis novas comportas, que aumentaram a capacidade de armazenamento de água da barragem em mais de 30%.
Posteriormente, através do Projecto de Expansão do Abastecimento de Água do Grande Maputo , também apoiado pelo Banco Mundial, em parceria com o Fundo de Investimento do Património e Abastecimento de Água (FIPAG), contruíram-se infraestruturas para levar a água captada pela Barragem de Corumana a mais agregados familiares. Com novas infraestruturas, mais de meio milhão de pessoas que viviam em zonas desfavorecidas nos arredores da cidade, tal como Rosa, obtiveram acesso à água potável nas suas próprias casas. O projecto ajudou a construir:
A Estação de Tratamento de Água (ETA) de Sabié, que aumentou a capacidade de produção de água tratada de Maputo em um terço;
Uma conduta adutora de 95 quilómetros para levar água tratada da ETA de Sabié até Maputo;
Sete tomas para abastecimento de água às comunidades e indústrias localizadas ao longo da conduta;
100 mil ligações domésticas na Área do Grande Maputo
“Quando iniciámos o projecto em 2015, fornecíamos água a cerca de 800 mil pessoas. Hoje, aumentámos a distribuição para 1,7 milhões de pessoas e alargámos a rede a áreas que não tinham acesso à água”, afirma Victor Tauacale, Director Geral da FIPAG.
Regando as sementes do crescimento económico
Ter água em casa abriu oportunidades económicas para a família de Rosa. Junto com o seu marido, Rosa constrói e vende blocos de cimento a partir do seu quintal. O abastecimento de água permite que o seu pequeno negócio funcione sem problemas. “Hoje, esta é a principal fonte de renda da nossa família”, diz Rosa.
Estes investimentos também tiveram um efeito multiplicador na economia, uma vez que a região do Grande Maputo é o maior centro industrial de Moçambique. “Este projecto teve um grande impacto na economia do país, pois muitas indústrias e empresas conseguiram fazer ligações de água”, afirma Victor Tauacale.
“Agora, já tenho água na minha casa. Eu cozinho, lavo e bebo água limpa. Eu estou feliz!" diz Rosa.
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