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REPORTAGEM12 de agosto de 2022

A juventude amazônica tem um papel ativo na proteção das florestas

The World Bank
Foto: Mónica Suárez Galindo / PNUD Peru

DESTAQUES:

  • O programa Paisagens Sustentáveis da Amazônia (ASL) é uma iniciativa para promover a conservação e o desenvolvimento sustentável da Amazônia em sete países.
  • O ASL está encorajando e incorporando os esforços dos jovens em todos os seus projetos, através de atividades como jardinagem, apicultura, restauração florestal e educação ambiental.
  • Jovens da Amazôniae representantes das equipes do ASL compartilharam atividades e lições aprendidas para conservar a Amazônia, em uma conversa organizada pelo Programa.

Francisco Javier Vera Manzanares pode ter apenas 13 anos de idade, mas sua paixão pela proteção ambiental vai muito além de sua idade.

As pessoas dizem que a natureza não tem voz, mas ela tem, só temos que dar um microfone para ela. Como ela fala? Através de fenômenos naturais, furacões e o sofrimento de nossa amada Amazônia. A humanidade está consciente destes desafios, então temos que unir esforços para... dar voz à natureza e ouvir, para ir de mãos dadas, para as árvores, para a vida, para esta geração
Francisco Javier Vera Manzanares

The World Bank
Foto: José Marcos

Francisco, um ativista ambiental, defensor do clima e da vida na Colômbia e fundador do movimento Guardiães pela Vida na América Latina, acredita que a natureza não tem fronteiras e que os efeitos positivos da Amazônia se estendem até o Deserto do Saara e além dele.  Nascido na região andina da Colômbia e convidado especial em um evento para falar sobre a juventude e a Amazônia, Francisco não é o único jovem com um papel ativo no desenvolvimento de esforços coletivos de conservação.

César Antonio Ascate Acosta gosta de jogar futebol, fotografar pássaros e fazer artesanato com materiais reciclados. Por morar no vilarejo de Rio Oro, uma zona tampão do Parque Nacional Tingo Maria no Peru, ele também tem a oportunidade de participar de iniciativas promovidas pelo projeto “Assegurando o Futuro das Áreas Protegidas Nacionais do Peru”, um dos 12 projetos do programa Paisagens Sustentáveis da Amazônia (ASL), liderado pelo Banco Mundial. Estas iniciativas incluem eventos especiais apoiados por guardas-florestais em nove escolas da zona tampão do parque, tais como oficinas didáticas, campeonatos esportivos, desenvolvimento de arte e artesanato, com foco na importância de conservar e proteger a região.

Francisco, César e outros jovens envolvidos em atividades organizadas por projetos do ASL compartilharam sua visão, atividades e lições aprendidas em uma conversa organizada pelo ASL. O evento também destacou os esforços do programa para envolver os jovens na conservação e desenvolvimento sustentável das comunidades na região amazônica (Apresentações e uma gravação do evento - em espanhol e português - podem ser vistas aqui).

Muitas das soluções já estão na Amazônia, o que precisamos fazer é ouvir. É importante que crianças e jovens tenham informações sobre o meio ambiente, seguindo a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança, que afirma que crianças e jovens têm o direito de ser ouvidos nas decisões que afetam diretamente suas vidas.
Ana María González Velosa
Coordenadora do ASL e Especialista Sênior em Meio Ambiente, Recursos Naturais e e Economia Azul, Banco Mundial

The World Bank

Ana Maria destacou o número crescente de jovens que trabalham para enfrentar a crise climática e a conservação da biodiversidade; por exemplo, os esforços de jovens colombianos cuja demanda  por um ambiente limpo em 2018 levou o Tribunal Constitucional a declarar a Amazônia colombiana como "sujeito de direitos", com direito à proteção, conservação, manutenção e restauração. Promover esforços diários para incluir as vozes e opiniões dos jovens para alcançar benefícios tangíveis requer estratégias concretas dos governos, da sociedade civil e das agências de desenvolvimento.

Durante a conversa, Leticia Cobello, representante da Conservação Internacional (CI)-Brasil e membro da equipe do projeto ASL no Brasil, mencionou que até 40% das pessoas onde se desenvolvem as  atividades do projeto  têm menos de 18 anos de idade. Como as crianças participam naturalmente das atividades de campo como observadores, acompanhando seus pais, a equipe encontrou maneiras de envolvê-los em seus esforços de conservação, quando não estão freqüentando a escola. Por exemplo, as crianças têm acompanhado seus pais na criação deviveiros de plantas nativas que contribuem para a economia local e  para os esforços de restauração.

Graças ao apoio do projeto “Coração da Amazônia da ASL”, na Colômbia, os jovens da região de Guaviare estão envolvidos em várias atividades, como a criação de jardins e viveiros, plantio para restauração florestal e até mesmo a realização de pesquisas, o que incentiva os jovens a verem as possibilidades de atividades de conservação.

Cristofer González, de nove anos, que vive em uma fazenda em San José del Guaviare, perto do Parque Nacional Serranía Chiribiquete, na Colômbia, explicou o processo de busca de sementes na floresta, lavando-as, selecionando as sementes para plantá-las em sacos para germinar e depois plantando-as em áreas desmatadas. Assista aqui a um vídeo do trabalho feito com as estufas.

Durante a conversa, Cristofer compartilhou os seguintes conselhos:

Para os adultos, por favor, parem de derrubar as florestas. E aos que estão na floresta, por favor, cuidem da água. Aos que estão nas cidades: por favor, reciclem. Para as crianças: plantar árvores para proteger o meio ambiente.
Cristofer González

Outro projeto do ASL na Colômbia, Amazônia Sustentável pela Paz, trabalha com 12 organizações comunitárias, apoiando atividades de produção sustentável e beneficiando 775 pessoas, a maioria das quais foram vítimas do conflito ou estão em processo de reincorporação. O projeto trabalha com jovens em muitas frentes, incluindo esforços intergeracionais para ajudar a proteger a conectividade do território da onça-pintada, um intercâmbio de experiências locais entre jovens e adultos sobre conhecimentos técnicos e locais através das "escolas de promotoria camponesa", desenvolvimento da apicultura, e trabalho com crianças e professores em centros educacionais para aumentar a consciência da importância de seu território e sua ecologia.

Maira Ayala Valencia, 18 anos, vive na Sabanas del Yarí, localizada na zona rural dos departamentos de Meta e Caquetá, na Colômbia. Como parte do projeto ASL e da iniciativa de Promoção Camponesa Yarí, sua família trabalha na conservação e restauração florestal e em processos de produção sustentável. Ela foi treinada em produção audiovisual, fotografia e monitoramento da biodiversidade e também faz parte do grupo de jovens que trabalham para tornar realidade o Acordo Intergeracional para a Conservação da Onça Pintada no Yari Savannas.

Maira disse que este trabalho permitiu que ela e outros jovens vissem sua região de uma maneira diferente e tivessem clareza sobre o papel que eles podem desempenhar na salvaguarda da mesma. Este vídeo, financiado pelo projeto, se chama “Expedición Yarí: Relatos de un Territorio en Cambio”, e documenta um grupo de jovens da região que se propôs a explorar e capturar seu território em filme.

Por meio desta organização e, ao poder partilhar desta experiência, agora está muito claro para mim que quero ser biólogo. Este trabalho me permitiu esclarecer meu projeto de vida.
Maira Ayala Valencia

O ASL está empenhado em continuar a envolver os jovens em projetos atuais e futuros e em ouvir atentamente suas ideias e soluções para uma Amazônia conservada e protegida.

 

O Programa Paisagens Sustentáveis da Amazônia (ASL) é uma iniciativa regional financiada pelo Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF) e liderado pelo Banco Mundial, que apoia esforços colaborativos em sete países, para melhorar o manejo integrado da paisagem e a conservação dos ecossistemas em áreas prioritárias da Amazônia. A abordagem do programa garante que os projetos nacionais possam trabalhar em conjunto, alcançando maiores impactos  do que se fossem implementados isoladamente. Este modelo permite que equipes nacionais de projeto e outros parceiros aprendam uns com os outros e se tornem parte de uma rede de instituições e indivíduos que se coordenam para alcançar um objetivo comum, compartilhando seus desafios, ideias e melhores práticas e alinhando esforços para salvaguardar o futuro da Amazônia. O programa ASL procura conectar pessoas e instituições para conectar paisagens.

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