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REPORTAGEM 13 de dezembro de 2019

Uma Gigantesca Operação de Reconstrução Restaura Comércio e Sustento, Depois da Passagem dos Ciclones em Moçambique

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This section of National Road 6 in Sofala is one of several restorations of bridges and roads destroyed by cyclones this year.

Photo: Bruno Pedro/World Bank


DESTAQUES DO ARTIGO

  • Os ciclones Idai e Kenneth afetaram a vida de 1,5 milhão de pessoas em Moçambique, cerca de 11% da população nas quatro províncias onde os danos foram maiores.
  • Pouco mais de seis meses depois, Moçambique restaurou a maioria das suas pontes e estradas danificadas, graças a uma pronta e robusta assistência financeira, incluindo do Banco Mundial.
  • Os números são impressionantes -O Banco Mundial financiou a reabilitação e reconstrução de 700 quilômetros de estradas pavimentadas, 1.900 quilômetros de estradas rurais, 46 pontes e 40 quilômetros de diques para proteger as estradas de inundações.

MAPUTO, 13 de Dezembro de 2019 - Para Samuel Ernesto, a vasta planície sedimentar Moçambicana do distrito de Nhamatanda é como o rosto de um velho amigo.

Ernesto, 49 anos de idade, conhece bem a planície depois de 22 anos a conduzir camiões de longo curso no troço ligando o porto da Beira na província de Sofala, em Moçambique, a Lilongwe, no vizinho Malawi.

Antes do ciclone Idai atingir seis províncias de Moçambique em Março de 2019, a viagem do Ernesto durava entre sete a oito horas. Depois do Idai cortar a Estrada Nacional Número 6 em três lugares diferentes, a viagem passou a durar 12 dias. Após a longa viajem, Ernesto recorda-se que o seu camião chegava ao destino danificado e com a mercadoria sem a necessária qualidade para exportação.

Neste momento, graças a uma doação financeira para a restauração de estradas e pontes do Banco Mundial, Ernesto voltou ao seu calendário anterior ao ciclone.

Muito recentemente, vimo-lo sorridente enquanto percorria um trecho de 11 quilômetros de estrada em apenas 15 minutos. Antes da restauração, fazia-o em duas horas.

A EN-6 é uma das estradas mais movimentadas de Moçambique, pelo que, a sua intransitabilidade prejudica a economia do país e afeta também as economias dos países aos quais se conecta - Malawi, Zâmbia e Zimbabwe.

Catástrofes climáticas como ciclones, inundações e secas são comuns em Moçambique. Mas o Ciclone Idai e o seu gémeo, Ciclone Kenneth que seis semanas depois do primeiro atingiu Moçambique, foram os ciclones mais devastadores da história recente do país.

Ciclone Idai matou mais de 1.000 pessoas, causou destruições sem precedentes e afetou a vida de três milhões de pessoas em Moçambique, Malawi e Zimbabwe. A chegada do Ciclone Kenneth nos finais de Abril marcou a primeira vez na história registada que dois fortes ciclones tropicais atingem o país na mesma temporada.


MULTIMÍDIA

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 “O Banco Mundial respondeu rapidamente a essa calamidade sem precedentes, disponibilizando a Moçambique US $ 500 milhões em financiamento", observou Mark Lundell, Diretor do Banco Mundial para Moçambique, Madagáscar, Maurícias, Seychelles e Comores. "Estou muito satisfeito por ver que esses fundos já se refletem em vários resultados tangíveis no terreno”.

O pacote financeiro do Banco incluiu US $ 110 milhões em financiamento adicional para o Projeto de Desenvolvimento Integrado de Estradas Rurais (IFRDP), providenciado através da Associação Internacional para o Desenvolvimento, o fundo do Grupo Banco Mundial para os países mais pobres.

A restauração de estradas e pontes restabeleceu os vínculos entre produtores e consumidores de produtos agrícolas. Também restaurou o acesso das comunidades aos serviços de educação e saúde. E restabeleceu o comércio perdido entre Moçambique e os países vizinhos, trazendo divisas para o país. 

Os projetos financiados pelo Banco Mundial restauraram ou construíram 700 quilômetros de estradas pavimentadas, 1.900 quilômetros de estradas rurais, 46 pontes e 40 quilômetros de diques para proteger as estradas de inundações”, observou Rakesh Tripathi, Especialista Sénior em Transportes do Banco Mundial e responsável pelo projeto.

Administração Nacional de Estradas (ANE) de Moçambique reconstruiu em tempo recorde as três pontes que o Ciclone Idai destruiu.

Todas elas foram construídas de raiz, juntamente com um dique de proteção de oito quilómetros e ainda um novíssimo asfalto utilizável sob todas as condições meteorológicas numa extensão de 12 quilómetros, disse Agostinho Raiva, da ANE. Com esta intervenção, reduzimos significativamente o isolamento da cidade da Beira e alguns distritos circunvizinhos”.

Para além de estimular a economia, o governo contratou cerca de 1.800 trabalhadores para a restauração - um quarto deles mulheres. A maioria era das áreas onde o trabalho ocorreu.

Alguns projetos deram vida a comunidades inteiras. Um exemplo foi a restauração de uma ponte sobre o rio Revúbué, na Província de Tete. A sua destruição forçou as pessoas a percorrerem 55 quilómetros para ir de um lado do rio para o outro.

A nova ponte abriu as portas para o retorno da comercialização dos nossos produtos agrícolas com a capital da província, a Cidade de Tete, disse Rosa Chirenga, uma vendedeira de vegetais em Moatize.

Da mesma forma, a reabilitação de uma ponte e estrada no distrito de Macomia, no extremo norte da Província de Cabo Delgado, restaurou o acesso dos moradores à importante região pesqueira de Mocimboa-da-praia, que o Ciclone Kenneth isolara durante meses.



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