Escolas, centros de saúde e comerciantes contam-se entre os maiores beneficiários
José Filimone, um artesão de madeira que possui uma PME com mais de 10 trabalhadores, é outra face feliz que nos testemunha o quão seu negócio está a prosperar graças à eletricidade. “Agora usamos ferramentas elétricas, o que significa trabalhar mais rápido e obter melhor qualidade de acabamentos, algo que raramente acontecia antes”, disse ele visivelmente feliz. “Hoje temos grandes encomendas e nossas vidas melhoraram significativamente,” concluiu.
O Banco Mundial está actualmente na segunda fase de um programa de US $ 120 milhões denominado Projecto de Desenvolvimento e Acesso à Energia destinado a melhorar o acesso à energia a nível nacional. Como parte desse projecto que está prestes a terminar, 42.500 novos clientes de áreas periurbanas foram adicionados à rede. Os investimentos em Moçambique utilizando os recursos da Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA) incluem a expansão das redes existentes em áreas de rápido crescimento populacional e grandes cidades. Isso inclui mais de 400 km de novas linhas de transmissão e distribuição construídas. Outras áreas que beneficiam do apoio do Banco Mundial são a melhoria da capacidade institucional e regulamentar no sector energético, bem como a expansão de soluções de energias renováveis fora da rede, tais como a colocação de painéis solares fotovoltaicos instalados nas províncias de Inhambane, Manica, Cabo Delgado e Niassa, ligando cerca de 510 Centros de Saúde e 330 escolas.
O nexo pobreza e energia
Em Moçambique, a pobreza está concentrada nas zonas rurais. As autoridades estabeleceram que acelerar e expandir o acesso à eletricidade rural é fundamental para combater a pobreza. Como parte desse impulso, Moçambique é um dos países da África Subsaariana com a maior taxa de novas ligações, com uma média de 120.000 novas ligações por ano nos últimos 5 anos. O plano de combinação de energias das autoridades passa por maximizar a energia hidroelétrica, especialmente através da barragem de Cahora Bassa como fonte primária de eletrificação, ao mesmo tempo que se investe em fontes alternativas de energia. Para o efeito, o Governo aprovou recentemente a Estratégia para as Energias Renováveis, que visa aumentar o acesso à energia nas zonas rurais.
A energia solar oferece um grande potencial para Moçambique e continua em grande parte inexplorada no país. As autoridades estabeleceram recentemente o seu plano de energia a médio prazo, que inclui 55% de energias renováveis até 2030. O Banco Mundial também apoiou a planificação, políticas e o desenvolvimento institucional do sector energético de Moçambique. Isso inclui ajudar na elaboração de uma Estratégia Nacional de Eletrificação Rural e Programas de Investimentos. Além disso, o Banco Mundial está também a trabalhar em coordenação com o Fundo de Energia do Governo (FUNAE) na promoção do uso e distribuição de fogões de cozinha ecológicos, numa iniciativa que visa, entre outros, diminuir a pressão sobre os combustíveis lenhosos, reduzindo o desmatamento, protegendo mulheres e crianças contra o monóxido de carbono e partículas voláteis provenientes do carvão, que é amplamente utilizado para cozinhar em todo o Moçambique.