REPORTAGEM

Banco Mundial Apoia Eletrificação Rural para Combater a Pobreza em Moçambique

1 de março de 2017


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© FUNAE

DESTAQUES DO ARTIGO
  • O Banco Mundial apoia a expansão de programas de energia solar fotovoltaica, ligando mais de 500 centros de saúde rural e 300 escolas em todo o país
  • O programa financiado pela IDA em US$ 120 milhões contribuiu para a construção de novas infraestruturas de transmissão e distribuição, permitindo aumentar o acesso à electricidade
  • O Banco Mundial também apoia o uso de fogões de cozinha ecológicos, que reduzem a pressão sobre os combustíveis lenhosos, reduzindo o desmatamento, protegendo mulheres e crianças contra o monóxido de carbono e partículas voláteis provenientes do carvão

Maputo, 1 de Março de 2017─As famílias da pacata vila de Damo, no distrito de Moamba que dista cerca de 90 quilómetros da capital de Moçambique, recordam os tempos em que a lenha e as lâmpadas de querosene eram as únicas fontes de luz para iluminar o interior das suas casas. Com o apoio do Banco Mundial ao Projecto de Desenvolvimento e Acesso à Energia (EDAP) do Governo de Moçambique, a vida nesta e em muitas outras aldeias pelo país mudou drasticamente nos últimos anos.

Minha vida não é mais a mesma”, disse Laura Chissico, moradora do distrito de Moamba lembrando como sua vida mudou para melhor. Desde que a energia chegou, conseguimos ganhar mensalmente 5.000 a 7.000 MTs (cerca de US $ 60-100) com a venda de 'badjias' e biscoitos. Nós até passamos a usar um forno convencional o que permitiu diversificar os nossos produtos e expandir o negócio”.

Assim como muitos outros residentes em Moamba e distritos abrangidos pelo projecto - incluindo nas províncias de Cabo Delgado, Niassa, Manica e Inhambane – a Laura usava "xiphefo" - um candeeiro de querosene caseiro não confiável, como a principal fonte de luz, tornando quase impossível qualquer actividade pública ou comercial durante a noite no distrito. Com investimentos em novas linhas de distribuição, instalação de transformadores e conexões, sua vida, tal como a de muitos outros moradores rurais no país, mudou completamente.


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© Banco Mundia

Escolas, centros de saúde e comerciantes contam-se entre os maiores beneficiários

José Filimone, um artesão de madeira que possui uma PME com mais de 10 trabalhadores, é outra face feliz que nos testemunha o quão seu negócio está a prosperar graças à eletricidade. “Agora usamos ferramentas elétricas, o que significa trabalhar mais rápido e obter melhor qualidade de acabamentos, algo que raramente acontecia antes”, disse ele visivelmente feliz. Hoje temos grandes encomendas e nossas vidas melhoraram significativamente,” concluiu.

O Banco Mundial está actualmente na segunda fase de um programa de US $ 120 milhões denominado Projecto de Desenvolvimento e Acesso à Energia destinado a melhorar o acesso à energia a nível nacional. Como parte desse projecto que está prestes a terminar, 42.500 novos clientes de áreas periurbanas foram adicionados à rede. Os investimentos em Moçambique utilizando os recursos da Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA) incluem a expansão das redes existentes em áreas de rápido crescimento populacional e grandes cidades. Isso inclui mais de 400 km de novas linhas de transmissão e distribuição construídas. Outras áreas que beneficiam do apoio do Banco Mundial são a melhoria da capacidade institucional e regulamentar no sector energético, bem como a expansão de soluções de energias renováveis fora da rede, tais como a colocação de painéis solares fotovoltaicos instalados nas províncias de Inhambane, Manica, Cabo Delgado e Niassa, ligando cerca de 510 Centros de Saúde e 330 escolas.

O nexo pobreza e energia

Em Moçambique, a pobreza está concentrada nas zonas rurais. As autoridades estabeleceram que acelerar e expandir o acesso à eletricidade rural é fundamental para combater a pobreza. Como parte desse impulso, Moçambique é um dos países da África Subsaariana com a maior taxa de novas ligações, com uma média de 120.000 novas ligações por ano nos últimos 5 anos. O plano de combinação de energias das autoridades passa por maximizar a energia hidroelétrica, especialmente através da barragem de Cahora Bassa como fonte primária de eletrificação, ao mesmo tempo que se investe em fontes alternativas de energia. Para o efeito, o Governo aprovou recentemente a Estratégia para as Energias Renováveis, que visa aumentar o acesso à energia nas zonas rurais.

A energia solar oferece um grande potencial para Moçambique e continua em grande parte inexplorada no país. As autoridades estabeleceram recentemente o seu plano de energia a médio prazo, que inclui 55% de energias renováveis até 2030. O Banco Mundial também apoiou a planificação, políticas e o desenvolvimento institucional do sector energético de Moçambique. Isso inclui ajudar na elaboração de uma Estratégia Nacional de Eletrificação Rural e Programas de Investimentos. Além disso, o Banco Mundial está também a trabalhar em coordenação com o Fundo de Energia do Governo (FUNAE) na promoção do uso e distribuição de fogões de cozinha ecológicos, numa iniciativa que visa, entre outros, diminuir a pressão sobre os combustíveis lenhosos, reduzindo o desmatamento, protegendo mulheres e crianças contra o monóxido de carbono e partículas voláteis provenientes do carvão, que é amplamente utilizado para cozinhar em todo o Moçambique.


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