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REPORTAGEM

Rio de Janeiro aposta em energias limpas e eficiência energética

12 de junho de 2013


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O Rio de Janeiro se comprometeu a reduzir em 20% (em comparação com os níveis de 2005) as emissões de gases causadores de efeito estufa. A meta terá de ser cumprida até 2020.

Mariana Ceratti / Banco Mundial

DESTAQUES DO ARTIGO
  • De olho na Copa, nas Olimpíadas e em outros grandes eventos da década, a prefeitura do Rio avalia as melhores alternativas energéticas para a cidade.
  • Esse trabalho faz parte de um programa para reduzir as emissões de gases causadores de efeito estufa.
  • A ferramenta usada para essa análise também vem ajudando as prefeituras de várias cidades na África e na Ásia.

O Rio de Janeiro fervilha em meio aos preparativos para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Um dos principais objetivos da cidade neste momento é garantir não só eficiência energética, mas também energia limpa aos moradores.

Para isso, o estado e o município trabalham em parceria com o Banco Mundial. Desde o terceiro trimestre de 2012, os governos locais vêm utilizando a Ferramenta para a Rápida Avaliação da Energia da Cidade (TRACE, na sigla em inglês).

A tecnologia ajuda os formuladores de políticas públicas a identificar e escolher entre as melhores alternativas energéticas. A análise deverá estar concluída no segundo semestre.

O trabalho com a TRACE faz parte do Programa de Desenvolvimento de Baixo Carbono do Rio de Janeiro, uma iniciativa pioneira de mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. O programa foi lançado pela prefeitura do Rio de janeiro e pelo Banco Mundial na Rio+20, em 2012.

Com a iniciativa, o Rio de Janeiro se comprometeu voluntariamente a reduzir em 20% (em comparação com os níveis de 2005) as emissões de gases causadores de efeito estufa. A meta terá de ser cumprida até 2020.


" Agora é a hora de reinventar a cidade e buscar um futuro com baixas emissões de carbono. Esperamos que a TRACE, como parte do Programa de Desenvolvimento de Baixo Carbono do Rio de Janeiro, nos ajude a conquistar esse objetivo. "

Rodrigo Rosa

Assessor especial do prefeito do Rio de Janeiro

“Agora é a hora de reinventar a cidade e buscar um futuro com baixas emissões de carbono”, diz Rodrigo Rosa, assessor especial do prefeito do Rio de Janeiro. “Esperamos que a TRACE, como parte do Programa de Desenvolvimento de Baixo Carbono do Rio de Janeiro, nos ajude a conquistar esse objetivo.”

A ferramenta foi desenvolvida pelo Programa de Assistência ao Gerenciamento do Setor de Energia (ESMAP, sigla em inglês), do Banco Mundial. Ela coleta e analisa dados de seis setores urbanos: transporte de passageiros, prédios municipais, água e esgoto, iluminação pública, lixo sólido e energia/calor. Com isso, elabora planos concretos de ação que ajudam as autoridades a melhorar a eficiência energética das cidades.

Segundo Ivan Jaques, chefe da Iniciativa da ESMAP para Cidades com Eficiência Energética, a ferramenta se ajusta perfeitamente às necessidades e aos objetivos do Rio de Janeiro. 

“A cidade quer se posicionar como líder global na promoção de investimentos em baixo carbono e na redução dos gases causadores de efeito estufa”, comenta Jaques. “A TRACE ajuda a determinar como a cidade deve seguir rumo ao desenvolvimento sustentável.”

No começo de 2012, Belo Horizonte tornou-se a primeira cidade latino-americana a implementar a TRACE. A avaliação feita pela ESMAP resultou em uma série de ações no setor de transporte – incluindo a adoção de medidas para melhoria do tráfego –, bem como a integração de medidas já em andamento em outras áreas.

A ferramenta detectou que medir o consumo e instalar temporizadores ajudariam a diminuir os gastos públicos com energia. Além disso, gerenciar o fluxo dos caminhões de coleta de lixo ajudaria a diminuir os custos de transporte de lixo.

Nos setores de água e esgoto, a TRACE recomendou a instalação de um sistema de alerta de vazamentos para baixar significativamente o percentual de água desperdiçada com vazamentos e ligações clandestinas.

O processo de avaliação normalmente leva três meses. Os especialistas coletam dados, fazem análises de campo, entrevistam as autoridades e preparam um relatório abrangente recomendando intervenções para melhorar a eficiência energética.

A TRACE engloba três módulos:

  • Um para comparar os indicadores de desempenho na eficiência energética em cidades semelhantes à que está sendo analisada. A ferramenta contém dados de 93 centros urbanos.
  • Outro – chamado de módulo de priorização de setores – identifica as áreas com maior potencial de economia de energia.
  • Finalmente, um módulo de seleção de intervenções, que funciona como um cardápio. Com ele, as cidades podem escolher e adaptar uma série de medidas bem-sucedidas.

“Esse último módulo vai permitir aos governantes do Rio comparar o próprio desempenho energético com o de outras cidades, inclusive na América Latina, e com metrópoles como Nova York e Barcelona”, explicou Pedzi Makumbe, especialista da ESMAP.

Desde a criação, em 2010, a ferramenta já foi usada em 23 cidades no mundo todo. Além do Rio, Acra (Gana), Adis Abeba (Etiópia), Nairóbi (Quênia) e Colombo (Sri Lanka) estão fazendo essa análise.

No futuro, a ESMAP vai multiplicar os conhecimentos obtidos com a TRACE e estimular parcerias com prefeituras.  À medida que a tecnologia vai se desenvolvendo, a ESMAP elabora um programa completo de serviços. Entre eles, estão o suporte técnico em análise energética, planejamento de cidades com baixa emissão de carbono, e capacitação para captação de recursos.


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