Qual é o ritmo de expansão do acesso à energia?
Embora 1,7 bilhão de pessoas tenha conseguido acesso à eletricidade entre 1990 e 2010, essa taxa estava ligeiramente à frente com relação ao crescimento da população (em 1,6 bilhão) no mesmo período. O ritmo da expansão do acesso à eletricidade terá de dobrar para alcançar a meta de 100% até 2030. Chegar a esse ponto exigirá um investimento adicional por ano de US$ 45 bilhões em acesso, cinco vezes o nível anual. Do ponto de vista do aquecimento global, no entanto, o custo dessa expansão é baixo: levar a eletricidade às pessoas aumentaria as emissões globais de dióxido de carbono em menos de 1%.
A Energia Sustentável para Todos (SE4ALL), uma coalizão global de governos, setor privado, sociedade civil e organizações internacionais, visa a conseguir isso dobrando o volume de energia renovável na mescla global de energia, passando da parcela atual de 18% para 36% até 2030. A iniciativa também procura dobrar a taxa de melhoria da eficiência energética. O SE4ALL foi lançado em 2011 pelo Secretário-Geral das Naçõe Unidas Ban Ki-moon, que atualmente preside o conselho consultivo juntamente com o Presidente do Grupo Banco Mundial Jim Yong Kim.
A Estrutura de Acompanhamento Global é um marco nesse esforço, afirmou Rachel Kyte, Vice-Presidente do Banco Mundial para a área de Desenvolvimento Sustentável e membro da iniciativa Energia Sustentável para Todos. “A estrutura oferece parâmetros para cumprir as metas globais de energia,” afirmou ela. “Todos poderão medir o progresso com relação a essas informações de base. E sabemos que isso é importante, porque o que se mede é o que será feito.”
Onde podemos fazer a maior diferença?
O relatório identifica os países de alto impacto que oferecem o maior potencial de progressos rápidos:
- Vinte países de alto impacto na Ásia e na África representam cerca de dois terços de todas as pessoas sem acesso à eletricidade e três quartos dos usuários de combustíveis domésticos sólidos.
- Outros 20 países de alto impacto (entre eles, o Brasil) são responsáveis por 80% do consumo de energia e deverão liderar o caminho para duplicar a parcela de fontes renováveis a 36% da mescla global de energia e dobrar a melhoria da eficiência energética.
- Um exemplo de progresso entre os países de alto impacto é a China: o país mais populoso do mundo é o maior consumidor de energia, mas está também liderando o mundo em expansão da energia renovável e na taxa de melhoria da eficiência energética.
O relatório conclui que é preciso uma ação decisiva para alcançar essas metas. São necessárias medidas de política, incluindo incentivos fiscais, financeiros e econômicos, fim dos subsídios a combustíveis fósseis e definição do preço do carbono.
A comunidade global também terá de investir em melhorias energéticas. O relatório estima que os atuais investimentos em energia, totalizando cerca de US$ 409 bilhões por ano, devem ser mais do que dobrados para alcançar as três metas. São necessários US$ 600-US$ 800 bilhões adicionais, afirma o relatório, incluindo pelo menos US$ 45 bilhões para expansão da eletricidade, US$ 4,4 bilhões para combustíveis destinados à culinária moderna, US$ 394 bilhões para eficiência energética e US$ 174 bilhões para energia renovável.