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Publicação1 de dezembro de 2023

Relatório Sobre Clima e Desenvolvimento de Moçambique (CCDR)

CCDR

O Relatório sobre Clima e Desenvolvimento de Moçambique (CCDR) (i) sublinha a urgência de integrar a acção climática no planeamento de Moçambique, dada a vulnerabilidade do país aos efeitos das mudanças climáticas.

O CCDR avalia como o rumo e as prioridades de desenvolvimento de Moçambique podem ser afectados pelas mudanças climáticas e descarbonização global, e sugere formas de responder. Este relatório identifica opções para implementar um desenvolvimento resiliente ao clima dentro de uma estrutura fiscal restrita. Além disso, destaca a necessidade de se priorizar políticas e investimentos que melhorem a resiliência do país às mudanças climáticas, de gerir os riscos de transição e de aproveitar as tendências globais de baixo carbono.

Figura 1: Perdas de rendimento agrícola devido à seca, por província; Figura 2: População em risco de inundações

The World Bank

Além disso, o CCDR oferece um conjunto de quatro prioridades de alto impacto para impulsionar a adaptação climática, construir resiliência e promover o crescimento de baixo carbono, melhorando os índices desenvolvimento:

  1. adoptar medidas em toda a economia para aumentar a capacidade de adaptação
  2. priorizar o desenvolvimento e gestão de infraestrutura crítica
  3. proteger os mais vulneráveis ​​enquanto se promove um crescimento verde, resiliente e inclusivo
  4. capitalizar a riqueza energética e mineral de Moçambique

As mudanças climáticas irão agravar os desafios de desenvolvimento de Moçambique. Até 2050, no pior cenário de projecção de clima "quente", o nível de pobreza de Moçambique aumentará 5%, empurrando mais 1,6 milhões de pessoas para a pobreza. Se não ocorrer nenhuma transformação estrutural significativa, o índice de desigualdade dificilmente mudará até 2050, em todos os cenários climáticos analisados.

Este relatório estima que o nível de investimento necessário até 2030 para alcançar a resiliência climática do capital humano, físico e natural do país ascende aos 37,2 mil milhões de dólares. O custo da inacção será provavelmente mais elevado. Porém, as receitas esperadas com as vendas de Gás Natural Liquefeito (GNL) aumentarão a sustentabilidade da dívida do país e poderão gerar espaço orçamental significativo para apoiar investimentos em adaptação e infraestruturas resilientes às mudanças climáticas, embora estas receitas sejam esperadas apenas após 2030. Entretanto, os investimentos em resiliência e adaptação devem centrar-se nas necessidades mais urgentes.