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Publicação 10 de julho de 2020

Covid-19 no Brasil: Impactos e Respostas de Políticas Públicas


Leia o estudo completo

Veja apresentação

A pandemia da COVID-19 está expondo o Brasil a um desafio sem precedentes. Para conter a pan­demia, o Brasil, assim como quase todos os outros países, implementou medidas para re­tardar a propagação do vírus (ou “achatar a curva”) na tentativa de evitar sobrecarregar o sistema de saúde com um grande número de pacientes em estado grave. Embora o Brasil tenha um dos sistemas de saúde mais robus­tos da América Latina, a capacidade é bas­tante desigual em todo o país.

A propagação do vírus em áreas mais pobres e com menor capacidade de atendimento médico, especial­mente nas regiões norte e nordeste, apresen­ta uma ameaça à capacidade de resposta do sistema aos aumentos da demanda por servi­ços. Isso aumentaria a pressão sobre o siste­ma de saúde pública já superlotado, colocando em risco mais vidas, particularmente entre os pobres e vulneráveis.

Mesmo antes da crise, o Brasil não havia se recuperado totalmente da reces­são de 2015/16 e o espaço fiscal era limitado. Conquistas importantes para colocar o país no caminho da reconstrução de suas reservas fiscais, como a aprovação do teto dos gastos de 2016 e a reforma da previdência de 2019, não tiveram tempo suficiente para dar frutos antes da COVID-19 assolar o mundo e o Bra­sil.

A pandemia, e a consequente resposta da política de saúde, resultaram essencialmente em dois choques para o Brasil: um choque ex­terno, incluindo demanda e preços externos, e um choque interno, pois a demanda e a oferta foram afetadas pela decisão dos consumido­res de evitar interações físicas, bem como pe­las restrições sobre as atividades econômicas impostas para evitar o contágio. Além disso, como exportador líquido de petróleo, o Brasil também foi atingido pelo choque no preço dessa commodity. Devido a uma forte queda na deman­da, os preços do petróleo caíram pela metade, e alguns contratos chegaram a números ne­gativos em abril de 2020. O resultado desses três choques é a maior recessão já registrada no Brasil.

Este estudo traz análises que visam contribuir para o diálogo contínuo sobre políticas públi­cas em resposta à pandemia e à crise econô­mica da COVID-19 e ajudar os formuladores de políticas públicas a elaborar medidas para o futuro.

Ele considera dados e políticas adotadas ou anunciadas até o dia 25 de junho de 2020 e avalia os impactos para a população mais pobre e vulnerável, pequenas e médias empresas, governos subnacionais, setor de infraestrutura, setor financeiro, aprendizagem e educação entre outros. Além disso, busca identificar possíveis medidas que possam tratar as vulnerabilidades remanescentes no combate à pandemia.