Mais de dois anos após o início da pandemia de Covid-19, a violência de gênero continua sendo um desafio contínuo para os países. Após evidências iniciais de riscos aumentados de violência de gênero nos primeiros meses da pandemia no Brasil e em toda a América Latina, os impactos persistem.
Em particular, evidências emergentes mostram que aumentos mais altos na violência de gênero foram associados a medidas de distanciamento social mais rígidas. Durante o confinamento, as chamadas para linhas de apoio à violência doméstica aumentaram, entre outros, 91% na Colômbia, 48% no Peru, 32% na Argentina, 50% no Panamá e 25% na Costa Rica e Equador. No Brasil, a probabilidade de feminicídios mais que dobrou durante o período de isolamento mais pronunciado da pandemia; e ao longo de 2020, foram registrados 1.350 casos de feminicídio no país.
Além disso, embora os picos iniciais de violência doméstica durante a pandemia de COVID-19 tenham sido associados principalmente a medidas de quarentena, em estágios posteriores da pandemia, perdas de empregos e sustentabilidade financeira restrita para mulheres foram identificadas como potenciais impulsionadores do aumento do abuso dentro de casa e declínios nas comunicando.
Em seguimento à nossa análise anterior Enfrentando a Violência contra as Mulheres (VCM) sob a COVID-19 no Brasil e como parte do trabalho contínuo para fornecer apoio aos governos nacionais na compreensão dos riscos aumentados de violência de gênero sob a Covid-19, estas notas exploram os impactos das medidas de distanciamento social da Covid-19 sobre a incidência de violência contra mulheres em países de baixa e média renda, em particular na América Latina e no Brasil, bem como as políticas públicas destinadas a mitigar as consequências negativas do distanciamento social e o aumento dos riscos de violência influenciaram os níveis de violência de gênero.
COVID-19 e violência contra mulheres em países de baixa e média renda
COVID-19 e Feminicídios no Brasil
Essas publicações foram realizadas em conjunto pela equipe do Banco Mundial, liderada por Paula Tavares, Flávia Carbonari e Manuel Contreras e pela equipe BRAVE, liderada por Maria Dolores Montoya-Diaz, Fabiana Rocha, Paula Pereda (Universidade de São Paulo, Brasil) e Rodrigo Moreno-Serra (Universidade de York, Reino Unido).
Última atualização: 9 de março de 2023