COMUNICADO À IMPRENSA

Moçambique recebe apoio para aumentar a produtividade agrícola reforçando a resiliência dos recursos naturais

30 de junho de 2016


WASHINGTON, 30 de Junho de 2016 - O Conselho Executivo do Banco Mundial aprovou hoje US$40 milhões (dos quais US$26 milhões em doações) em financiamento ao projeto de Agricultura e Gestão dos Recursos Naturais e Paisagísticos (Agriculture and Natural Resources Landscape Management Project) da República de Moçambique. O projeto visa contribuir para a sustentabilidade dos recursos naturais ao mesmo tempo que procura melhorar as condições de vida das famílias rurais em Moçambique.

Duas décadas de crescimento económico de capital intensivo, com poucas ligações com a economia local resultaram num impacto limitado na redução da pobreza em Moçambique. Os atuais desafios económicos do país trazem à tona a necessidade de aprofundar o crescimento em sectores de trabalho intensivo, como a agricultura e silvicultura, que têm o potencial para garantir uma maior inclusão de crescimento económico.

O vasto capital natural de Moçambique inclui cerca de 36 milhões de hectares de terra arável e 40 milhões de hectares de florestas naturais. No entanto, os recursos naturais do país estão a ser rapidamente esgotados: 220.000 hectares de florestas naturais são perdidos a cada ano e a erosão é generalizada em Moçambique. Garantir a sustentabilidade e a resiliência dos recursos naturais de que a agricultura e a silvicultura dependem, principalmente solo e água, é fundamental para o desenvolvimento sustentável.

"Estou satisfeito com a aprovação hoje deste projeto uma vez que Moçambique tem muito a beneficiar do seu potencial nos sectores agrícola e florestal, disse Mark Lundell, Diretor do Banco Mundial para Moçambique. "A baixa produtividade, utilização marginal de insumos melhorados e tecnologias de economia de trabalho, pouco uso de conhecimentos agronômicos e a limitada provisão de infraestruturas rurais são alguns dos fatores que dificultam o desenvolvimento desses setores."

Através do projeto, mais de vinte mil agregados familiares, incluindo particularmente mulheres, vão beneficiar-se diretamente de um maior acesso a mercados, a novas tecnologias e a mecanização, a insumos produtivos e a infraestruturas, bem como a títulos de terra (individuais e coletivos), mas também ao financiamento e a cadeias de valor. Cerca de 100 agricultores comerciais pequenos e emergentes e 25 pequenas, médias e grandes empresas terão acesso a subvenções e financiamento comercial, bem como apoio técnico no desenvolvimento e expansão de negócios. Além disso, o projeto irá melhorar a infraestrutura rural e melhorar o desempenho institucional na gestão integrada da paisagem em todo o país, atingindo assim um número significativo de beneficiários indiretos.

Este projeto faz parte de um programa ou de uma série de projetos destinados a serem expandidos na sua cobertura geográfica ao longo do tempo. O projeto irá nesta primeira fase centrar-se nas províncias com altos níveis de pobreza e potencial agrícola e florestal do centro (província da Zambeze) e do Norte do país (província de Nampula).

"A agricultura pode ter impactos positivos ou negativos sobre os recursos naturais dependendo das práticas adotadas e seus efeitos sobre a cobertura da terra e dos ecossistemas", acrescentou Mark Austin, líder da equipe do Banco Mundial para a operação. "Esse projeto incentiva práticas agrícolas sustentáveis e procura aumentar a produtividade, reforçando simultaneamente a resiliência dos recursos naturais e dos sistemas produtivos."

O projeto está alinhado com o Plano Quinquenal do Governo de Moçambique para o período 2015-2019 e com as metas-gémeas adotadas pelo Banco Mundial de erradicar a pobreza extrema e estimular a prosperidade partilhada no mundo. 

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